“Recomeça… se puderes, sem angústia e sem pressa e os passos que deres, nesse caminho duro do futuro, dá-os em liberdade, enquanto não alcances não descanses, de nenhum fruto queiras só metade.”
Miguel Torga

domingo, 11 de fevereiro de 2007

Referendo

Terminado o escrutínio do referento hoje realizado em Portugal há ilações (e lições) a retirar desta votação.
Primeiramente ganhou o SIM, com uma larga vantagem sobre o NÃO (quase cerca de 20% a mais).
Na verdade o segundo lugar vai para a abstenção que, pese embora, se verificou. Com cerca de 57% logrou obter o segundo lugar do pódium. Resulta deste facto que o referendo não vai ser vinculativo, porquanto não votaram mais de metade dos eleitores recenseados.
Estava nas mãos do povo legislar, mas parece que a chuva foi mais forte e deteve aqueles, menos aventureiros, de se deslocarem a uma mesa de assembleia de voto.
É incongruente tais comportamentos, pelo que passo a explicar: muito se têm queixado sobre as funções dos deputados na Assembleia da República (AR). Que não fazem nada, apenas passeiam e legislam apenas o que lhes interessa. São comentários destes e outros, que aqui não ouso escrever, que constantemente se ouvem nas ruas. E quem os comenta??? O POVO!!! O mesmo povo que hoje foi chamado a legislar e que se acobardou, ficando em casa.
Não se admirem que daqui a uns dias a AR despenalize o aborto, afinal os deputados que ali estão estão mais que legitimados (pois foram eleitos para aquelas funções pelo povo e, como se viu o povo não quis saber deste referendo) para o fazerem.
Digam o que quiserem e pensem ou não estou a favor de que a AR irradique o crime de Aborto constante no Código Penal. E esta irradicação deve ser feita já, uma vez que se encontra em preparação a alteração deste Código.
É o momento oportuno, por isso Sr.s deputados façam o vosso trabalho e como diz um ditado popular "Os cães ladram, mas a carabana passa".

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