Miguel Torga
sexta-feira, 30 de julho de 2010
GRANDE MENSAGEM.
Morreu um grande homem e actor que nos deixou estas belas palavras.
"Se há coisa que eu costumo dizer é: aproveitem a vida, e ajudem-se uns aos outros, apreciem cada momento, agradeçam, não deixem nada por dizer, nada por fazer".
Para sempre recordar e reflectir.
RIP António Feio
segunda-feira, 12 de julho de 2010
Preciso...
nos teus braços
te amar.
e quando a noite se for
não quero acordar,
para não sentir a dor
de já não te poder amar
nego a tua existência
mas sinto a tua essência
que deriva ainda pelo ar.
preciso de me encontrar.
Sadi
quarta-feira, 7 de julho de 2010
A verdade decepciona as pessoas.
Não sou ingrato mano velho, apenas quero viver estes momentos comigo mesmo.
Acredita que está tudo bem... O ser humano é um animal de (maus) hábitos, mas depois acomoda-se e vive conformado.
Bem-haja pela tua amizade.
segunda-feira, 5 de julho de 2010
Para quem me questiona se ando bem...
"Vem por aqui" - dizem-me alguns com os olhos doces
Estendendo-me os braços, e seguros
De que seria bom que eu os ouvisse
Quando me dizem: "vem por aqui!"
Eu olho-os com olhos lassos,
(Há, nos olhos meus, ironias e cansaços)
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali...
A minha glória é esta:
Criar desumanidade!
Não acompanhar ninguém.
- Que eu vivo com o mesmo sem-vontade
Com que rasguei o ventre à minha mãe
Não, não vou por aí! Só vou por onde
Me levam meus próprios passos...
Se ao que busco saber nenhum de vós responde
Por que me repetis: "vem por aqui!"?
Prefiro escorregar nos becos lamacentos,
Redemoinhar aos ventos,
Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,
A ir por aí...
Se vim ao mundo, foi
Só para desflorar florestas virgens,
E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!
O mais que faço não vale nada.
Como, pois sereis vós
Que me dareis impulsos, ferramentas e coragem
Para eu derrubar os meus obstáculos?...
Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós,
E vós amais o que é fácil!
Eu amo o Longe e a Miragem,
Amo os abismos, as torrentes, os desertos...
Ide! Tendes estradas,
Tendes jardins, tendes canteiros,
Tendes pátria, tendes tectos,
E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios...
Eu tenho a minha Loucura!
Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura,
E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios...
Deus e o Diabo é que guiam, mais ninguém.
Todos tiveram pai, todos tiveram mãe;
Mas eu, que nunca principio nem acabo,
Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.
Ah, que ninguém me dê piedosas intenções!
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: "vem por aqui"!
A minha vida é um vendaval que se soltou.
É uma onda que se alevantou.
É um átomo a mais que se animou...
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou.
- Sei que não vou por aí!
By José Régio, In Cântico Negro.
domingo, 4 de julho de 2010
Liberdade
Leva-me longe, meu suspiro fundo,
Além do que deseja e que começa,
Lá muito longe, onde o viver se esqueça
Das formas metafísicas do mundo.
Aí que o meu sentir vago e profundo
O seu lugar exterior conheça,
Aí durma em fim, aí enfim faleça
O cintilar do espírito fecundo.
Aí ... mas de que serve imaginar
Regiões onde o sonho é verdadeiro
Ou terras para o ser atormentar ?
É elevar demais a aspiração,
E, falhado esse sonho derradeiro,
Encontrar mais vazio o coração.
By Fernado Pessoa, In Leva-me longe, meu suspiro fundo
quinta-feira, 1 de julho de 2010
Poetas
Ai as almas dos poetas