“Recomeça… se puderes, sem angústia e sem pressa e os passos que deres, nesse caminho duro do futuro, dá-os em liberdade, enquanto não alcances não descanses, de nenhum fruto queiras só metade.”
Miguel Torga

quarta-feira, 28 de dezembro de 2005

Momentos Fotográficos VII

Pôr do Sol no Carapacho - Ilha Graciosa, Açores

terça-feira, 27 de dezembro de 2005

Pensamentos III

Mesmo as noites totalmente sem estrelas podem
anunciar a aurora de uma grande realização.
(Martin Luther King)

terça-feira, 20 de dezembro de 2005

Festas Felizes

sexta-feira, 9 de dezembro de 2005

Poesia IV

O Menino da Sua Mãe

No Plaino abandonado

Que a morta brisa aquece,
De balas traspassado
- Duas, de lado a lado -,
Jaz morto, e arrefece.


Raia-lhe a farda o sangue.

De braços estendidos,
Alvo, louro, exangue,
Fita com olhar langue
E cego os céus perdidos.

Tão jovem! que jovem era!

(Agora que idade tem?)
Filho único, a mãe lhe dera
Um nome e o mantivera:
"O menino da sua mãe".

Caiu-lhe da algibeira

A cigarreira breve.
Dera-lhe a mãe.
Está inteira
E boa a cigarreira.
Ele é que já não serve.

De outra algibeira, alada
Ponta a roçar o solo,
A brancura embainhada
De um lenço... Deu-lho a criada
Velha que o trouxe ao colo.

Lá longe, em casa, há a prece:

"Que volte cedo, e bem!"
(Malhas que o Império tece!)
Jaz morto, e apodrece,
O menino da sua mãe.

(Fernando Pessoa)

quarta-feira, 7 de dezembro de 2005

Leituras II


Sugestão de Natal para os mais pequenos, pois o Natal é deles e devemos faze-los felizes. Por apenas 7,50€ pode-se incutir o espírito de leitura.

Os Primos e o Mago Envergonhado


Aqui fica um pequeno excerto, retirado do site da Editora Caminho
Quando a Matilde e o Gonçalo souberam que iam passar o Natal com a família à casa da serra, estavam longe de imaginar as surpresas que estavam à espreita. Descobre estas aventuras dos Primos com o Mago Envergonhado.
Ao comprar este livro estará a contribuir para o Programa de Vacinação da UNICEF e a oferecer 10 vacinas a crianças de todo o mundo

Acreditem é por uma boa causa!

terça-feira, 6 de dezembro de 2005

Tempos de Consumo

Actualmente e em especial nesta época natalícia que se avizinha há um consumo que se torna muito exacerbado.
Questiono o porque de só nesta época do ano se lembrarem dos mais desprotegidos, das crianças órfãos, dos velhinhos, etc, etc...
Tempo houve em que nesta época do ano se ofereciam umas meias e as crianças ficam todas contentes. Certo é que os tempos evoluem e a publicidade usa técnicas que deixam os mais pequenos a querem tudo e a não saberem o que querem.
E já pararam um pouco para pensar que muitas crianças, mesmo nesta época do ano, não recebem nem sequer um par de meias?
É nesta altura que mais se encontra pessoas cínicas na rua. Pessoas que se fazem passar por caridosas (o resto do ano esquecem tal predilecção), pessoas que sorriem, mas apenas mostram os dentes, etc, etc...
É por estas e por outras que acho que esta Época de Natal é a mais falsa que existe, e cada vez se torna em tudo menos no verdadeiro sentido de Natal (festa da natividade).
Compra-se a felicidade de alguém por meia duzia de prendas e depois esquece-se tudo e para o ano que vem há mais um Natal, mais uma época de consumo, mais uma época de puro cinismo. Realmente o Natal é de e para as Crianças. E Natal deveria ser todos os dias e não apenas uma vez por ano.

segunda-feira, 28 de novembro de 2005

Mais um recorde batido!

A camapnha decorreu apenas durante dois dias neste fim de semana. A crise que impera a todos os níveis não deixou que os Portugueses se esquecessem de comprar para partilhar com quem menos tem.
Falo obviamente da recolha de alimentos para o Banco Alimentar.
Faz-me lembrar uma frase, dessa grande amante dos outros, Madre Teresa de Calcutá: "O que bem que fizeres pouco ser apenas uma gota dágua no oceano, mas isso dará sentido à tua vida".
Aqui fica a notícia devidamente comentada, tirada da TSF

Parabéns a todos aqueles que ajudaram, pois efectivamente "não doeu nada".

sexta-feira, 25 de novembro de 2005

Bibi fora da prisão

Hoje, pelas 00H01 foi libertado Carlos Silvino, mais conhecido por Bibi, o arguido principal do famoso processo "Casa Pia".
Após três anos de prisão a juiza do processo teve que o libertar pois foi esgotado o tempo máximo de prisão preventiva.
Não vou tecer comentários relativamente à sua libertação, nem relativamente à libertação anterior dos outros arguidos (que tendo advogados nomeados e não um oficioso, conseguiram libertar-se mais cedo). Apenas vou comentar que a Justiça é lenta, demorada e quanto a resultados, muitas vezes não é muito profícua.
Mas isto já todos sabemos.
Só me admira é que neste processo, em julgamento há mais de um ano a esta parte, ainda não tenham ouvido todos os intervenientes, indo apenas nas testemunhas fundamentais, faltando mais de 300 testemunhas acessórias. Mas nestas é que tudo pode demorar mais pois se de defesa do arguido irão dar muito trabalho certamente.
A acompanhar nas cenas dos próximos episódios....

terça-feira, 22 de novembro de 2005

A Crise Europeia... Onde iremos parar???

Quem dos comuns mortais já não constatou a crise que atravessamos a nível nacional e europeu?
Certamente todos. E todos os dias nos deparamos com notícias sobre o combate a esta crise, tal vírus que veio para ficar e não há uma vacina eficaz para o expurgir definitivamente.
Já foram tomadas uma série de medidas, quer a nível nacional, quer a nível europeu para acabar com esta chaga, mas parece que todas elas estão a ser ineficazes e não resolvem este problema que se arrasta há uns anos a esta parte.
Claro que os funcionários públicos foram e continuam a ser os mais afectadas. Não digo isto por ser funcionário público, mas muito e simplesmente porque está à vista de toda a gente que assim é.
Quem não se lembra de anos em que não existiram aumentos salariais, de anos em que "congelaram" os escalões na progressão da carreira ou mesmo daquelas situações em que retiram os benefícios sociais? Certamente que todos se recordam destas actuações dos nossos políticos.
Muito recentemente a nova Chanceler Alemã instituiu que os funcionários públicos apenas iriam receber metade do 13.º mês (vulgo subsídio de natal) e os militares ficam sem este ordenado.
O que me importa das medidas tomadas na Alemanha? O que me importa das medidas tomadas a nível nacional com a definição "a longo prazo". Tempos houve em que alguém especializado em economia dizia que "a longo prazo estaremos todos mortos".
Por isso o que interessa é o presente. Assim deveriam ser tomadas medidas efectivas, a curto prazo, a começar pelos ordenados chorudos dos políticos, acessores e etc... Voces certamente sabem a quem me refiro. De igual modo deveriam cortar nas regalias que estes e outros grupos sociais têm, tais como cartões de crédito, viagens em primeira classe de avião, etc,. etc...
Assim poderiamos ter uma sociedade mais digna, sem estas desigualdade sociais tão aberrantes. Não me interessa as medidas do PEC (Pacto de Estabilidade e Crescimento), interessa-me viver melhor em cada dia que passa e não num futuro próximo.
Urge estas e outras medidas compatíveis e não andar a imitar outros países. Pois pelo caminho que isto leva, para o ano nem subsídio de férias iremos receber, quanto mais de natal.

sexta-feira, 18 de novembro de 2005

Poesia IV

Princesa Desalento


Minh'alma é a Princesa Desalento,
Como um Poeta lhe chamou, um dia.
É magoada, e pálida, e sombria,
Como soluços trágicos do vento!

É fágil como o sonho dum momento;
Soturna como preces de agonia,
Vive do riso duma boca fria:
Minh'alma é a Princesa Desalento...

Altas horas da noite ela vagueia...
E ao luar suavíssimo, que anseia,
Põe-se a falar de tanta coisa morta!

O luar ouve minh'alma, ajoelhado,
E vai traçar, fantástico e gelado,
A sombra duma cruz à tua porta...

(Florbela Espanca)

sexta-feira, 11 de novembro de 2005

Caso Joana

Chegou hoje ao fim o Julgamento do Caso Joana em Portimão.
Quem não se recorda desta história macabra, cujo corpo da pequena de 8 anos de idade nunca chegou a aparecer?
A Investigação Criminal, levada a cabo pela PJ - conforme determina a Lei da Organização da Investigação Criminal, pois é da sua exclusiva competência investigatória - nem sempre foi a melhor. Assistiu-se a uma novela, que todos os dias tinha novos enredos, levada a cabo pelas televisões da especialidade no nosso país (TVI e SIC).
Hoje foi conhecida a sentença do Tribunal de Portimão que decretou: a mãe e o tio da criança foram condenados a 20 anos e quatro meses e 19 anos e dois meses de prisão, respectivamente, por homicídio qualificado e ocultação de cadáver.
Desta decisão, obviamente, pode haver recurso, mas na minha modesta opinio é uma pena muito leve, se bem que esta também só poderia ir até aos 25 anos de pena máxima.
Mesmo assim e até que a setença transite em julgado, tudo conta. Assim conta, para efeitos da pena o tempo que os arguidos já estão em prisão priventiva e se daqui a meia duzia de anos ambos tiverem bom comportamento podem sair com metade da pena cumprida.
É assim que vai o País. Bem sei que o nosso Cógido Penal tem por Princípio a Dignidade da Pessoa Humana, mas as penas deveriam ser cumpridas até ao fim do seu tempo. Por outro lado, deveriam os presos realizar serviços a favor da comunidade e desta forma aliava-se o défice, e outras coisas do género. Mas isso é tema para outro post.
Por aqui apenas podemo-nos congratular com a pena aplicada, embora que muito leve, pois a se a vida humana "não tem preço", a vida de um filho não tem preço algum. É isto (a racionalidade) que nos destingue dos demais animais....

segunda-feira, 7 de novembro de 2005

Gripe das Aves Vs Violência em França

Todos os dias ouvimos na TV (independentemente do canal que se escolha para "beber" a informação) falar da gripe das Aves. Parece que Portugal tem a ideia de que não chegará cá, mas hoje um alto responsável pelo OMS referiu que todos se deveriam preocupar, pois mais dia menos dia teremos por aí uma epedimia global.
Infelizmente a nível do nosso território nada consta sobre que medidas estão a ser tomadas, a não ser que a vacina chega em Junho de 2006 (que rica ajuda!).

******

Mais recentemente assitimos, também por via das televisões, à desgraça que vai acontecendo em França. De noite para noite o número de carros ateados cresce, a fúria impom-se por todos os meios (inclusive por blogs internautas) e a Polícia não consegue fazer regredir tais actos desumanos.
Também em Portugal, à nossa maneira temos diversos bairros sociais, nos quais os cidadãos qwue ali moram passam o dia a dormir ou a apanhar sol (quando o há) e de noite andam por aí até altas horas da madrugada. Estão muito mal inseridos na sociedade que os acolheu e pior do que isso (tal como se passa em França) a maioria são cidadãos que nasceram no nosso país. Isto quer dizer que não aceitam qualquer emprego, como os seus pais aceitaram e reivindicam casa e emprego como se o Estado fosse obrigado a dar-lhes tudo.
Se bem que a nossa Constituição refere que todos têm direito a uma "habitação condigna" menos verdade é o facto de que apenas os bairros sociais são alvo destas casas oferecidas pelo Estado.
Poderemos, num futuro breve, assistir em Portugal ao mesmo desfecho que agora está efectivamente a verificar-se em França???
Parece que sim, pois a violência deste género está a atrair estes jovens desocupados e a espalhar-se pelo velho continente.

quarta-feira, 2 de novembro de 2005

Chuva!

Realmente a chuva fazia bastante falta. Os pastos estavam amarelos, não havia água nem para beber... A seca era mesmo extrema.

Sabe bem estar na cama e ouvir a chuva cair - dizia ela, enquanto se enroscava e aninhava no meu peito.

Realmente a chuva purifica, não só a mente, mas também o ar que nos rodeia.
É sempre bom estar acompanhado a ouvir a chuva lá fora... A cair....

sexta-feira, 28 de outubro de 2005

Leituras I

Inicia-se aqui uma nova rúbrica sobre leituras. No fundo este tema tem por objectivo proporcionar ao amigo leitor deste blog, uma singela orientação sobre a literatura actual. Espero que seja do vosso agrado.


José Saramago procede no próximo domingo ao lançamento, no Brasil, do seu novo livro intitulado "As intermitências da morte".


José Saramago, Nobel da Literatura, buscou na morte o material que precisava para escrever o seu novo romance. As intermitências da morte ressalta que além da dor, a morte também tem os seus caprichos. O enredo do livro conta que a cansada de ser detestada pela humanidade, a morte, simplesmente, para de agir. Por esse motivo, em um certo país as pessoas param de morrer, o que inicialmente provocou um verdadeiro delírio, acabou por evidenciar severos problemas.

Em Portugal será lançado pela Editora Caminho e está disponível nas livrarias a 3 de Novembro, embora o lançamento oficial se realize a 11 de Novembro, pelas 18H30, no Teatro S. Carlos, em Lisboa.

A não perder mais esta estória, por 12,60€.

domingo, 23 de outubro de 2005

Depois de "casa" ardida....


Numa altura em que se prepara a discussão sobre o Orçamento de Estado para 2006, eis que a Protecção Civil vai receber um aumento de 13% das suas verbas.
Esta medida pretende comprar trancas para uma casa que foi roubada? Segundo o Ministro da Administração Interna houve fracassos na política da protecção florestal. Depois do país ter ardido como ardeu, neste Verão passado, será que esta medida é eficaz? Numa altura em que os cortes do OE estão em todos os ministérios, onde se pedem esforços aos portugueses, maxime aos funcionários públicos, ainda há verbas para um sector que foi completamente dizimado?

É mesmo caso para afirmar: "depois de casa roubada trancas à porta".

sábado, 22 de outubro de 2005

Poesia III

Ladainha dos póstumos Natais

Há-de vir um Natal e será o primeiro
em que se veja à mesa o meu lugar vazio


Há-de vir um Natal e será o primeiro
em que hão-de me lembrar de modo menos nítido


Há-de vir um Natal e será o primeiro
em que só uma voz me evoque a sós consigo


Há-de vir um Natal e será o primeiro
em que não viva já ninguém meu conhecido


Há-de vir um Natal e será o primeiro
em que nem vivo esteja um verso deste livro


Há-de vir um Natal e será o primeiro
em que terei de novo o Nada a sós comigo


Há-de vir um Natal e será o primeiro
em que nem o Natal terá qualquer sentido


Há-de vir um Natal e será o primeiro
em que o Nada retome a cor do Infinito


David Mourão-Ferreira, in "Cancioneiro de Natal"

terça-feira, 18 de outubro de 2005

Pensamentos II

Existem apenas duas maneiras de ver a vida.
Uma é pensar que não existem milagres e a outra é pensar que tudo é um milagre.

(Albert Einstein)

segunda-feira, 17 de outubro de 2005

"Não vou intervir"

Foi com estas palavras - "não vou intervir no processo" - que o Presidente da Venezuela respondeu ao PR quando este lhe solicitou que interviesse no caso do co-piloto da Air Luxor preso naquele País.
Chávez referiu que o co-piloto não se encontrava preso numa prisão (mas sim numa residência) e que existia na Venezuela a separação de poderes, i.e., o poder executivo é independente do judicial e vice-versa, logo competia aos tribunais julgarem o caso sem interferências.
Se bem que o PR tentasse resolver a questão do co-piloto, acho de mau gosto solicitar ao Presidente da Venezuela que intervenha no caso. Tudo bem que se trata de um cidadão nacional, mas fica a ideia que em Portugal tudo "funciona com favorezinhos realizados por baixo da mesa". E depois aplicam o mesmo esquema noutros países, ou julgam que lá também se deve aplicar o que se passa em Portugal.
Não falo que haja corrupção ao mais alto nível do estado, mas que há favorezinhos é capaz de haver, mais que não seja para uma das partes referir "ficas-me a dever uma...".
Será que se fosse ao contrário o PR não iria também referir que em Portugal existe a separação de poderes?
Por mais que o co-piloto esteja inocente, a Justiça Venezuelana é em tudo igual à justiça Portuguesa - lenta, cheia de burocracia e eterna...

terça-feira, 11 de outubro de 2005

Bom Jornalismo

Imagem retirada do site www.rtp.pt

Os debates, nas noites de segunda-feira, na RTP estão cada vez mais interessantes. A moderação, feita pela Fátima Campos Ferreira, está a um nível superior e começa a habituar-nos aos seus programas.
O debate de ontem foi muito positivo, na medida em que os diversos convidados foram unanimes em afirmar que precisamos de transparência política e de novos políticos.
De contra apenas o facto do programa passar tão tarde na televisão, o que faz com que pouca gente o possa admirar e analisar.
Parabéns, Fátima Campos Ferreira, pelo excelente trabalho, aguardamos mais debates como os de ontem.

segunda-feira, 10 de outubro de 2005

Arguido - sinonimo de eleição garantida

Se havia dúvidas quanto às sondagens eleitorais, relativamente aos candidatos-arguidos, em processos crime, ontem desfizeram-se tais interrogações.
Todos os arguidos concorrentes às eleições (pelo menos os mais mediatícos) ganharam as referidas eleições. E temos dois casos (Gondomar e Felgueiras) onde se obteve a maioria absoluta.
Que conclusões a tirar destas eleições, nas quais o povo "é quem mais ordena"?
Compensa ser arguido em processos crime de falsificação de documentos, apropriação ilegítima de dinheiros públicos, benefícios particulares, etc, etc...?
Depois o discurso destes vencedores é em todo igual: "o povo disse de sua justiça", "nem sei qual a cor do saco que lhe chamam por aí" (FF andas com amnésia? O sol do Brasil deve-lhe ter feito mal! Não será azul?) e outros comentários do género (que apenas dão vontade de rir, tal não é a palhaçada de políticos que temos).
Mas desengane-se quem poderá afirmar que existiu falta de informação política. Oeiras é um dos concelhos que tem a maior massa populacional com cursos superiores. Chamam a isto falta de informação?
Somente em Amares o arguido de lá não ganhou, tendo atribuído as culpas às empresas de sondagens. Realmente há com cada uma... que nem vale a pena comentar.

Resumindo: quem rouba, furte e abusa do poder, tendo a finalidade de obter para si ou para terceiros lucros ilegítimos é que é bem visto neste país. País este que caminha a passos largos para um país do 3.º mundo.

sexta-feira, 7 de outubro de 2005

Poesia II

Lágrimas ocultas

Se me ponho a cismar em outras eras
Em que ri e cantei, em que era querida,
Parece-me que foi noutras esferas,
Parece-me que foi numa outra vida...

E a minha triste boca dolorida,
Que dantes tinha o rir das primaveras,
Esbate as linhas graves e severas
E cai num abandono de esquecida!

E fico, pensativa, olhando o vago...
Tomo a brandura plácida dum lago
O meu rosto de monja de marfim...

E as lágrimas que choro, branca e calma,
Ninguém as vê brotar dentro da alma!
Ninguém as vê cair dentro de mim!

Florbela Espanca

terça-feira, 4 de outubro de 2005

Momentos Fotográficos I

Eis uma fajã, na bonita Ilha de S. Jorge. Para os mais distraídos, uma fajã é uma porção de terra plana existente no sopé de uma ravina.

segunda-feira, 3 de outubro de 2005

Eclipse Solar

Durante alguns segundos o sol ficou eclipsado pela lua. O fenómeno, bonito de se ver, fez com que o dia ficasse mais frio e com menos luz.
Este eclipse, denominado anelar, repete-se de 100 em 100 anos. Possivelmente não veremos outro tão depressa.

sexta-feira, 30 de setembro de 2005

World Press Photo 2005



Começa a partir de hoje e vai prolongar-se até 23 de Outubro a 50.ª exposição que reúne as melhores imagens de fotojornalismo publicadas internacionalmente em 2004.

Estas e outras fotos para espreitar no CCB - Centro Cultural de Belém em Lisboa - , porque "uma imagem vale mais que mil palavras".

A não perder num fim de semana destes....

quarta-feira, 28 de setembro de 2005

Benfica


Apesar de ontem não ter ganho merece este post.
Foi um jogo espectacular, com poucas interrupções e muita cerveja (no bar onde se assistiu ao jogo).
Aguardamos futuras exibições brilhantes.

segunda-feira, 26 de setembro de 2005

Pensamentos I

Porque o período de eleições está para perto, nada melhor que um pensamento para reflectir a nossa democracia.

"Um boletim de voto tem mais força que um tiro de espingarda"

Abraham Lincoln

E ainda este:

"O sufrágio universal, a mais monstruosa e a mais iníqua das tiranias, pois a força do número é a mais brutal das forças, não tendo ao seu lado nem a audácia, nem o talento"

P. Bourget

sexta-feira, 23 de setembro de 2005

Poesia I

«Trova do Vento que Passa»

"Pergunto ao vento que passa
notícias do meu país
e o vento cala a desgraça
o vento nada me diz.

Pergunto aos rios que levam
tanto sonho à flor das águas
e os rios não me sossegam
levam sonhos deixam mágoas.

Levam sonhos deixam mágoa

sai rios do meu país
minha pátria à flor das águas
para onde vais? Ninguém diz.

Se o verde trevo desfolhas
pede notícias e diz
ao trevo de quatro folhas
que morro por meu país.

Pergunto à gente que passa
por que vai de olhos no chão.
Silêncio -- é tudo o que tem
quem vive na servidão.

Vi florir os verdes ramos
direitos e ao céu voltados.
E a quem gosta de ter amos
vi sempre os ombros curvados.

E o vento não me diz nada
ninguém diz nada de novo.
Vi minha pátria prega
danos braços em cruz do povo.

Vi minha pátria na margem
dos rios que vão pró mar
como quem ama a viagem
mas tem sempre de ficar.

Vi navios a partir
(minha pátria à flor das águas)
vi minha pátria florir
(verdes folhas verdes mágoas).

Há quem te queira ignorada
e fale pátria em teu nome.
Eu vi-te crucificada
nos braços negros da fome.

E o vento não me diz nada
só o silêncio persiste.
Vi minha pátria parada
à beira de um rio triste.

Ninguém diz nada de novo.
se notícias vou pedindo
nas mãos vazias do povo
vi minha pátria florindo.

E a noite cresce por dentro
dos homens do meu país.
Peço notícias ao vento
e o vento nada me diz.

Mas há sempre uma candeia
dentro da própria desgraça
há sempre alguém que semeia
canções no vento que passa.

Mesmo na noite mais triste
em tempo de servidão
há sempre alguém que resiste
há sempre alguém que diz não."

Manuel Alegre

Que (In)Justiça?

Recomeçaram novos capítulos desta novela que já se arrasta durante dois anos e tal. Desta feita os novos episódios prendem-se com a vinda desta senhora do Brasil para Portugal.
Até aqui nada de novo, todos sabem os episódios precedentes, ou seja, os relacionados com a fuga (quer de informação do Tribunal, quer da prória arguida).
Eis que, tal fénix renascido das cinzas, Fátima volta dois anos e tal após a fuga.
Detida quando há dias chegou a Portugal, pois pendia sobre ela um Mandado Internacional de Captura, emanado pelo Juiz da Relação de Guimarães, no âmbito do processo-crime que é principal arguida.
Presente a Juiz foi libertada por não se verificarem as condições aquando do mandato de detenção.
Por outro lado, e ainda que não tenha usado desta perrogativa (segundo diz a comunicação social), todos os políticos que sejam candidatos ficam automaticamente suspensos todos os actos processuais nos quais os mesmos sejam arguidos. Ora esta lei de 1976 estará de acordo com o espírito da lei actual?
Não terá o legislador, na altura em que elaborou esta norma, querer defender os interesses de quem vinha de uma Revolução? E hoje tal espírito ou sentido da norma mantêm-se actualizado?
Será que a Justiça tem dois pesos e duas medidas? Ou a culpa é dos nossos deputados que apenas defendem primariamente os seus interesses em deterimento daqueles que votaram neles?
Se efectivamente agora não existe o perigo de perturbação do inquérito, pode haver o perigo de perturbação das testemunhas e todos sabemos que a prova é feita em Tribunal e não nos actos precedentes.
O debate da SIC Notícias ontem foi bastante profícuo e para quem está por dentro das causas da justiça depressa se apercebe que todos somos iguais, só que uns mais iguais que outros. Essa também é a opinião do Editor de Política da SIC (a ler aqui) e da grande maioria dos conceituados juristas portugueses.

quinta-feira, 22 de setembro de 2005

Dia Sem Carros

Comemora-se hoje mais uma iniciativa do Dia Europeu sem Carros.
Parece que esta iniciativa já teve mais adeptos, pois actualmente não se verifica qualquer diferença entre um dia normal e este dia.
Cada vez há mais viaturas a circularem nas estradas das nossas cidades. Como querem incentivar as pessoas a vir de transportes públicos para a cidade quando os parques de estacionamento existentes na periferia destas são escassos? E quando existem são caros, pois se uma pessoa tem de pagar 30 ou mais Euros por mês, somando o valor do passe acaba por ficar na mesma despesa de vir de carro.
Muito se fala da mobilidade e de colocar portagens às portas de Lisboa, mas ninguém fala em melhorar estes estacionamentos. Que incentivos há em deixar o carro num parque destes? Será que a manutenção destes parques é assim tão cara? Quando nem funcionários têm, pois o pagamento é automático e as cancelas abrem e fecham com um simples cartão magnético de papel.

Assim não vamos a lado nenhum e cada vez mais se aumenta a poluição, para já não falar de Stress que acaba por ter um efeito negativo na produtividade.

Aguardamos melhores dias!...

terça-feira, 20 de setembro de 2005

Lá fora... cá dentro.

Portas da cidade em S. Miguel - Açores. Uma perspectiva diferente daquelas a que estamos habituados a ver.

Revolução de Setembro?

Será que se está a preparar uma nova Revolução, semelhante aquela que deu origem ao 25 de Abril de 1974?
Senão vejamos as coisas por este prisma, comparando as duas realidades, ainda que bem destintas:
  • Anteriormente a 1974 viviamos num regime autoritário, no qual a liberdade de expressão era proibida;
  • Para derrubar este regime existiu a revolta dos militares, que ficou sobejamente conehcida como "Capitães de Abril".

Actualmente o Governo não autoriza que os militares se manifestem ou que pelo menos mostrem as suas "amarguras" aos restantes cidadãos nacionais.

Também eles podem, como o fizeram no passado, criar uma Revolução, uma vez que possuem todas as armas para tal. Desde uma simples G3 até ao submarino.

Contudo há outros interesses em jogo, embora tudo se possa resumir à falta de diálogo, ou seja, ao despotismo do Governo.

Onde iremos parar? A uma revolução de Setembro?!

Já faltou mais, garanto-vos....

sexta-feira, 16 de setembro de 2005

Uma Paixão...Anti-Stress


Actualmente o dia-a-dia que se leva na cidade faz-nos ficar com os nervos à flor da pele, ou dito de uma forma mais pomposa, com stress . Faz com que fiquemos irritadíssimos com tudo e com todos, acumulando velhice antes do tempo.
Para os amantes de duas rodas (como eu) andar de moto é uma paixão que serve de antídoto ao stress provocado numa semana de trabalho (acumulando o facto de ainda não ter tido férias...)
Sabe bem andar pela estrada, sem preocupações... Andar só por andar, sem destino ou rumo certo.
Como é boa a vida sem preocupações!
Alguns recorrem a SPA's ou a outras formas de eliminação de stress, eu ando de moto e acreditem que é reconfortante.

quinta-feira, 15 de setembro de 2005

Videovigilância

Segundo publica hoje o DN (ler aqui) Jorge Barcelar Gouveia fala deste tema que está tão em voga na nossa actual sociedade (notem-se os debates políticos para as autarquias, mormente em Lisboa).

Se por um lado concordo com tal medida de segurança por outro receio que os Direitos, Liberdades e Garantias dos Cidadãos fiquem mais frágeis.

Quem já leu o famoso livro de George Orwell, mil novecentos e oitenta e quatro, e não ficou indignado com uma realidade ficcionada?

Pelo menos dá que pensar o simples facto de perdemos a privacidade, a indepedência e a liberdade.

O problema da criminalidade poderia ser reduzido caso se aumentasse a prevenção (meios humanos e técnicos) e as penas. Mas isto já é outro assunto para um futuro post, quem sabe!

quarta-feira, 14 de setembro de 2005

Saber Escrever I

Por vezes não nos apetece escrever, apenas ler, ler uma vez mais e voltar a reler.
O poeta (Fernando Pessoa) dizia que era um "prazer ter um livro para ler e não fazer".
Para mim o prazer situa-se em lê-lo ou relê-lo e descobrir coisas novas.
Lê-se pouco em Portugal. Consequentemente escreve-se mal. Colocam-se virgulas onde elas não deviam existir e não se colocam acentos, pontuações, etc... Pela falta de leitura fala-se também pior (aliás ler implica saber falar e escrever).

Os jovens actualmente utilizam abreviaturas para sms, msn, etc... Lêem pouco...

E como será o Português daqui a um século?

segunda-feira, 12 de setembro de 2005

Parabéns Federer


Foi bom estar em frente da TV por mais de duas horas seguidas sem perder um minuto as imagens que chegavam directamente dos Estados Unidos, via Eurosport.
Pouco ou quase nada vejo de TV, tirando os noticiários e pouco mais. Mas o desporto e sendo a final do Open de ténis dos States deixa-me preso à caixinha, por ser um desporto favorito.

O grande tenista suíço (Federer) conseguiu pela 6.ª vez consecutiva triunfar na final deste importante desafio. Agassi bem que tentou dar cartas mas a idade já não perdoa (35 anos) e em minha opinião acho que já jogou o que devia jogar. Notaram-se faltas enormes, antecipações e ansiedades...

Federer, de apenas 24 anos, conseguiu derrotar o americano pelos parciais 6-3; 2-6; 7-6 (7-1); 6-1.
Encontro bem disputado, renhido e muito aplaudido.

Parabéns Federer

quarta-feira, 7 de setembro de 2005

Mariza


Simplesmente divinal!
Quem não esteve presente neste espectáculo nem sabe o que perdeu, embora daqui a dias possam assitir ao mesmo em DVD. Mas não é seguramente a mesma coisa.

quinta-feira, 1 de setembro de 2005

Abandono


Revi com alguma nostalgia o meu álbum de fotos dos Açores.
Esta fotografia foi por mim tirada na bonita ilha do Faial, no decurso de 2004.
Tratava-se de um Farol, que com o sismo de 1998, mais conhecido como "Vulcão dos Capelinhos", ficou neste estado...
Em pleno abandono....
Por mero acaso encontrei uma notícia em que o Governo Regional investe 2 milhões de €uros no Farol dos Capelinhos. Poderão ver a notícia aqui.
Aguarda-se que também aqui haja verbas para a sua recuperação.
Dá pena ter um Portugal tão lindo e em pleno abandono...

segunda-feira, 22 de agosto de 2005

Apresentação

Inicia-se aqui um novo Blog.

Que grande novidade?

Não é original criar-se um Blog (nos tempos que correm), originais (ou talvez não) serão as palavras que aqui serão publicadas, pretendendo-se que este seja um espaço livre do pensamento, quiça idealista (daí o nome deste Blog - Arquétipo).