“Recomeça… se puderes, sem angústia e sem pressa e os passos que deres, nesse caminho duro do futuro, dá-os em liberdade, enquanto não alcances não descanses, de nenhum fruto queiras só metade.”
Miguel Torga

segunda-feira, 25 de abril de 2011

25 de Abril, dia da Liberdade.


Day of glory... Day of freedom, originally uploaded by @rmando.

Foi na calada da noite do 25 de Abril que vieste acordar a madrugada.
Na trova do vento que passava, no sussurrar que se sentia em cada esquina aboliste a censura e acabaste com a ditadura que se vivia.
Hoje vivemos a liberdade, mas haverá liberdade para além da liberdade?

Abusaram da liberdade e esta tornou-se banal, a tal ponto de não a respeitarem. E assim a liberdade está-se perdendo outra vez.
E cada vez mais necessitamos dessa liberdade do 25 de Abril de 1974, em que as armas se calaram, em que os cravos voaram mais alto e onde as pessoas se abraçavam comovidas.

LIBERDADE SIM!!!!
25 de Abril SIM!!!!

Fascismo nunca mais!

Mas não se esqueçam que a vossa liberdade começa onde acaba a dos outros. Por isso respeitem o vosso próximo e desta forma poderemos todos viver em LIBERDADE!!!

sábado, 16 de abril de 2011

O poder pelo poder... A sede de ir ao pote.

Tenho resistido à tentação de escrever sobre a situação política que se vive no País.
Sucede, porém, que os últimos desenvolvimentos políticos nacionais foram a gota de água que fizeram transbordar o pote.
Refiro-me aos acontecimentos em torno da pré-campanha eleitoral que já se respira nas ruas e em especial nos jornais e televisões.
O caricato da questão são as últimas afirmações de Fernando Nobre, cidadão que se dizia independente e apartidário e que agora encabeça uma das listas políticas, com a conditio sine qua non de que se não for eleito Presidente da Assembleia da República abandonará o cargo de deputado. Já que não foi a primrira figura política do País, quer agora, à força, ser a segunda? Haverá assim tanta sede de ir ao pote? Certo é que este já está cheio e até extravasa!

Duas observações a este respeito: Primus, onde fica o apartidarismo que tanto invocou aquando das eleições para a Presidência da República? Secundos, deverá o povo eleger possíveis candidatos a deputados (seja de que cor política se trate) para os mesmos renunciarem ao seu mandato, caso não lhes agrade outros "poleiros" que tanto almejam?

Se bem me lembro, como alguém dizia, o povo elege os seus representantes para que estes os representem na Assembleia da República. Por outras palavras, poderemos dizer que os deputados são a vox populi e devem (ou pelo menos deviam) prestar contas ao povo.

Cada vez mais a política representa não a vontade dos eleitores, mas sim a vontade dos eleitos, fazendo e desfazendo consoante os seus interesses pessoais e daqueles que os rodeiam.
E desta forma desacreditam quem neles vota e levam a uma debandada geral da sociedade para uma não-política.

Onde ficam os valores, tão acerrimamente defendidos por Aristóteles, Sócrates, Platão, e outros filósofos antigos sobre o interesse colectivo que deveria necessariamente ser mais importante que o interesse particular?

Mas a sede é maior... E o pote... Esse está lá, com lugar para 230 deputados e outros mais...
Mas "tantas vezes o pote vai à fonte que um dia deixa lá a asa", como diz o povo. Não estará na altura do povo ser o domus da política e revelar-se como deve ser?

Está nas mãos de todos lutar por uma política mais transparente, justa e equilibrada. Sem olhar a compadrios, lugares desejados. E esse momento revela-se no dia das eleições.

Pensem por vocês e não por aqueles que vos tentam impingir um pensamento que nada tem a ver com o vosso. Sejam críticos e exponham os vossos pensamentos. Só assim haverá lugar para a discussão e novas ideias. E desta forma deixarão de ser ovelhas que apenas são levadas para onde o pastor vos quer levar.