“Recomeça… se puderes, sem angústia e sem pressa e os passos que deres, nesse caminho duro do futuro, dá-os em liberdade, enquanto não alcances não descanses, de nenhum fruto queiras só metade.”
Miguel Torga

quarta-feira, 27 de dezembro de 2006

Momentos finais de 2006

Eis que chegados ao fim de mais um ano, tudo se repete... alías, tudo na história se repete de uma forma ciclíca.
Repetem-se os votos de um bom ano, as notícias sobre os aumentos (excepto os vencimentos, que ficam sempre abaixo da média), as memórias do ano que finda e tantas outras repetições que nem vale a pena falar delas...

É altura de fazer uma pausa e reflectir o que foi bom e menos bom em 2006. Quais os factos que não foram superados e como conseguir fintá-los no novo ano.
Não deixar que estes desejos apenas "vivam dois dias" e depois se esqueçam. Assim, sugere-se a escrita dos objectivos a atingir em 2007 num bloco de folhas. A cada mês que passa revê-se a referida lista e tenta-se, desta forma, superar os objectivos propostos.
Não será difícil, basta determinação e não apenas aquelas palavras "este ano é que vai ser, etc etc...". E depois nada acontece e repete-se no final do ano "para o ano é que vai ser..."

A todos um óptimo 2007 repleto de sucessos pessoais e profissionais.

segunda-feira, 4 de dezembro de 2006

Chegou o consumismo.

Há muito que o consumismo se vem instalando nas sociedades ditas civilizadas. Por mais que Portugal queira pertencer a estas ditas sociedades (ficando atrás no essencial...) no tocante ao consumismo somos campeões.
A época que se aproxima fervilha em consumismo. Compra-se o que se precisa e aquilo que não se precisa. Gasta-se o que se tem e, pior ainda, gasta-se aquilo que não se tem.
Pouco ou nada vejo de TV, mas este fim de semana lá vi as notícias (essas por norma tento não falhar) e constatei duas coisas interessantes:
1.º - Na próxima quarta-feira, a seguir ao telejornal, vai para o ar uma reportagem sobre o endividamento dos portugueses.
2.º Quando questionaram um miúdo africano, que se encontra internado em Santa Maria, sobre quais as prendas que queria para este Natal respondeu, singelamente: "roupas e comida".

Tecemos agora algumas considerações:
  • A reportagem da RTP vem na hora H. Esta época é a de por excelência, de puro consumismo. Não se liga aquele espírito de Natal, da festa da família (ainda que, por vezes, só dure esta união dois dias e depois voltem a virar-se costas uns aos outros), do espírito de partilhar a alegria e o amor, etc, etc... Mais e mais se acaba por "calar" os filhos com mais esta e aquela prenda, pois coitadinhas das criancinhas não podem ouvir como resposta um redondo e sonante "NÃO!".

  • No que concerne ao rapazito internado, eis como uma humilde criança que nada tem, ou quase nada, soube pedir bens que lhe fazem mais falta. Não referiu que queria brinquedos, este ou aquele jogo, apenas pediu roupa e comida.

Vale a pena pensar nisto...

quinta-feira, 30 de novembro de 2006

Um dia vou construir um castelo...

"Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes,
mas não esqueço de que minha vida é a maior empresa do mundo.

E que posso evitar que ela vá à falência.

Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver, apesar de todos os
desafios, incompreensões e períodos de crise.

Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e se tornar um autor da
própria história.

É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar um oásis
no recôndito da sua alma.

É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida.

Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos.

É saber falar de si mesmo.

É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta.

Pedras no caminho? Guardo todas, um dia vou construir um castelo..."

Ser feliz - Fernando Pessoa

quarta-feira, 29 de novembro de 2006

Weihnachten; Natale; Noel; Christmas... 2006!!!


Inside the tree..., originally uploaded by @rmando.

Já lá vai a época em que as luzes de Natal e os seus respectivos enfeites só surgiam a 15 de Dezembro.
Agora a sede de consumismo é tanta que as luzes aparecem quase dois dias depois da entrada do Outuno.
Valerá a pena gastar tanto dinheiro quando no fundo não existe paz, amor ou outros sentimentos dignos dos humanos?
Vale a pena pensar nisto...

domingo, 19 de novembro de 2006

Mobilidades


Yamaha FZ6-N /3, originally uploaded by @rmando.

Cada vez está mais difícil chegar à cidade de transporte próprio.
Verifica-se que durante a manhã e fim de tarde há muitos transportes públicos, o qual sou adepto, mas ao fim da noite escasseiam...
Por isso a minha mobilidade torna-se bem facilitada com estas duas rodas. É de lamentar é a falta de civismo dos automobilistas que não deixam passar as motos, ou que mudam de faixa de rodagem sem olhar para os espelhos, para já não falar da falta de sinalização (piscas).

domingo, 5 de novembro de 2006

Olhos vivos, corpo desfeito...


Fish for dinner..., originally uploaded by @rmando.

Por vezes ficamos assim... Com um olhar vidrado e nem damos conta que temos o corpo todo esventrado.

domingo, 29 de outubro de 2006

À boleia...


Á boleia..., originally uploaded by @rmando.

Para os amantes da velocidade tudo vale para sentir a adrenalina e mesmo à boleia a sensação deve ser fantástica.
Quem foi ao MotoGP do Estoril viu esta cena.
Este fim de semana termina o campeonato com a vitória quase garantida do "The Doctor", Rossi obviamente.
A não perder na Eurosport...

quinta-feira, 26 de outubro de 2006

Ricardo Araújo Vs Odete Santos

Sempre gostei dos actores/autores do "Gato Fedorento", fazem-me lembrar esse escritor doutros séculos, Gil Vicente. Com as verdades, ditas em tom joncoso, acabam por nos fazer rir ao mesmo tempo que gozam com o paradigma actual.
Odete Santos sempre foi uma das deputadas que gosto particularmente (pese embora não perfilhe a ideologia política do seu partido).
Com estes dois ingredientes se faz este post, acompanhado de um vídeo para quem, como eu, não vê muito televisão,ou muito menos esta série de "Dança comigo".
É de ouvir e chorar por mais... Se um não se cala o outro (neste caso a outra) está sempre pronto a ripostar.

segunda-feira, 9 de outubro de 2006

Nostálgico!!!

Após o regresso das férias sinto-me nostálgico.
Não das férias que essas passaram-se bem, embora me tivesse habituado relativamente depressa aquela boa vida.
Sinto saudades do tempo vivido nos Açores, em especial de uma pessoa que tanto amei por aquelas bandas. Hoje ao colocar esta foto no flick, associada ao poema de uma música de Pedro Abrunhosa só me deu vontade de largar tudo e estar uns minutos com a Sandra.
Apeteceu-me estar nas nuvens... Talvez esteja assim por hoje ter regressado ao trabalho. Por hoje ter estado a ver fotos dos Açores. Por saber que aquele amor é impossível de se concretizar, pese embora já não a veja há mais de dois anos ou falemos há mais de ano e meio.
Mas o ser humano é assim mesmo! Masoquista e sofredor, mas quando sabe que isso em nada o vai ajudar.
Mas amanha tudo volta ao normal... Tudo será como dantes e mais um dia terá 24H e "tudo passa, tudo passará" - como diz a canção.
Mas hoje ainda não passou e continuo nostálgico.

quinta-feira, 5 de outubro de 2006

E se esta moda pega???

Já são quase 5 da matina!
Acordado vou deabulando pela Net e ouvindo a TSF Rádio-Jornal (diga-se de passagem sou tsfdependente).
Terminou há pouco mais de uma hora a intervenção da Polícia sobre o indivíduo que assaltou e manteve reféns 4 pessoas (que durou cerca de 13 Horas!!!!) na dependência do BES em Setúbal.
Dei por mim a pensar: "e se esta moda pega???"
Assistimos ultimamente à moda das providências cautelares. Por tudo e por nada "toma lá que já almoçaste" levas com uma providência cautelar. E se reivindicares levas com outra para te silenciares de vez.
Já em tempos houve outras modas, mas de formas mais sui generis, os sujeitos barricavam-se num banco ou numa RTP (ainda na 5 de Outubro) para reivindicar algo, chamando desta forma a sua atenção sobre a sua problemática vida. Quem não se recorda do indivíduo que se barricou no banco do Carrefour de Telheiras, reivindicando o regresso da mulher para casa; ou daquele sujeito na casa-de-banho da RTP?
E mais casos existiram certamente, mas o tempo faz apagar tais acontecimentos fúteis.
Se esta moda, de assaltarem e fazem reféns, pega, pois ainda há poucas semanas tivemos um caso similar em Almada, teremos "novela" garantida nos canais da TV. Mesmo assim não devem ter visto o filme "O Infiltrado" pois esses eram mais bem organizados!
Vi pela televisão que todos os canais fizeram "directos" e não foi só uma vez, refira-se. Numa dessas intervenções jornalistíscas viam-se os reféns a passear saudávelmente (e ainda bem) junto das janelas do Banco BES-Setúbal. Não será somente para protagonismo dos assaltantes?? Desta forma (com a intervenção de toda a comunicação social, mirones que só atrapalham quem tenta negociar a melhor saída possível) só se incentiva ao protagonismo destes sujeitos que anseiam desmedidamente por alguns minutos de fama e assim tentam chamar as atenções.
Se esta moda pega, como pegou a moda das providências cautelares, aconselha-se os amigos leitores a deslocarem-se aos bancos logo pela fresquinha.
Talvez não fiquem reféns, pois estes assaltos ocorrem quase sempre pelas 14H30.

quinta-feira, 21 de setembro de 2006

Novo PGR - Juiz Conselheiro Pinto Monteiro

Foi com agrado que ouvi na TSF, em primeira mão, a notícia sobre a escolha do novo PGR.
É que além do invejável currículo, o Sr. Juiz Conselheiro Pinto Monteiro, foi meu professor. Já aqui tinha feito referência às suas aulas, aquando da sua despedida como professor da cadeira de Teoria Geral do Direito Civil na UAL. Ali tudo estava preparado e a matéria era dada de forma exemplar, havendo sempre na aula ou fora dela lugar para tirar dúvidas ou outras questões mais pertinentes que sempre possam surgir na cabeça de um estudante de Direito.
Só quem nunca privou com o agora escolhido Procurador desconhece o seu talento e exigência. Sempre se gabou de ser isento, tendo por diversas vezes referido que tinha reprovado naquela cadeira o seu sobrinho, pois "as pessoas passam pelo que têm que saber".
Congratulo-me com esta escolha e deixo aqui os meus sinceros parabéns ao Sr. Juiz Conselheiro com votos que desempenhe o seu novo cargo com a máxima eficiência e muito sucesso.
Talvez já não lhe possa dizer pessoalmente mas até ao momento foi um dos melhores professores que já tive.
Poderão pensar que por ter feito esta cadeira estou a "engraxar", mas engane-se quem tal assim pensa. Apenas tive 12 valores e aventurei-me numa oral de melhoria, realizada durante uma hora e dez minutos, tendo finalmente atingido a nota de 14 valores.
Se suar por uma nota é bom, melhor ainda o é quando a exigência do professor faz com que encaixemos a matéria e não se decore tudo para um exame para mais tarde não nos lembrarmos de nada.
Parabéns Prof. Pinto Monteiro!!!!

segunda-feira, 18 de setembro de 2006

Finalmente... De férias!!!!

Já não era sem tempo. Nesta "altura do campeonato" já a grande maioria foi de férias e voltou ao trabalho.
Iniciam-se hoje as minhas queridas férias. Andava desejoso de poder usufruir de uns dias de descanso. Não só de descanso físico, mas sobretudo de descanso mental.
As aulas, o trabalho e os restantes afazeres levam a que o cansaço seja grande e não chega um fim de semana para carregar as baterias.
Vou estar fora três semanas, que se adivinham rápidas, pois quando se está bem acaba-se mais depressa. Decidi não sair de Portugal (bom... sou capaz de dar um saltinho aos nuestros ermanos, quando me encontrar no nordeste transmontano)... Assim irei dividir o tempo para que visite o nordeste transmontano (ando com saudades daquelas comidas do norte, a comida em Lisboa não sabe a nada e as doses estão cada vez mais pequenas).
Aproveitarei para colocar em dia a Leitura (sem ser livros de Direito, pois esse vão-se lendo sempre durante todo o ano) e quiça este blogue, fazendo aqui um apanhado dos meus dias de férias, assim consiga ter Internet móvel em todos os locais onde me encontre.
De fora deixo o telemóvel (podem ligar, mas pode acontecer eu não atender... afinal estou de férias), os posts no fórum das motos e com menos assiduídade as fotografias no flickr, uma vez que quero aproveitar o tempo para me divertir e não estar colado ao ecrã do portátil.
Poderão questionar-se o porquê de o levar mas é uma ferramenta sempre útil, nem que seja apenas para jogar ou ver um filme, sempre ajuda a distrair, uma vez que não sei como irá estar o tempo.

Desculpem mas está verde, tenho que arrancar de férias!!!!

terça-feira, 5 de setembro de 2006

Conversas da treta ou de encher chouriços?

Há conversas e conversas...
Há tretas e tretas...
E há por fim conversas da Treta, mais softs que aquelas que o António Feio e o José Pedro Gomes tiveram em cena, embora o género também nada tenha a ver com estas últimas.
Há pessoas que tudo fazem para não se manterem caladas e quiçá atingirem os seus objectivos. Na maioria das vezes não nos apercebemos desses objectivos mas depois de tanto andarem a circular em torno do mesmo verificamos onde querem efectivamente chegar. E quando os temas do habitué começam a ser escassos inventam-se novos assuntos e saliva desnecessaria continua a ser gasta.
Eu costumo chamar a este tipo de conversas "conversas de encher chouriços", pois não levam a lado nenhum e não possuem qualquer ciência.
Haverá pachorra para este tipo de conversas? Da minha parte não, mas quem as produz deve ter a pachorra necessária para as ouvir, isto se a pessoa em causa se ouvir a si própria.

PS- Ando mesmo a necessitar de férias, tou frenético.

quarta-feira, 30 de agosto de 2006

Divagações...

Voas na noite...
E em cada chama acessa tentas poisar
Voar... Navegar...
Calma serena que vi em teu olhar
Olhos brilhantes e lábios quentes
Ah! Quero-te e não estás...
Voas e brincas no ar...
Em torno das luzes que te prendem
E não sei porque não pousas em mim...

Estarei apagado ou a minha chama
não é assim tão apelativa?

sexta-feira, 25 de agosto de 2006

Despromoção...

Nunca se tinha visto algo assim... A cantilena que se aprendia na escola de um momento para o outro deixou de ser tão grande. O dito PLUTÃO passou a ANÃO e deixou de ser um planeta.
Mui sui generis esta despromoção do conselho científico para a Astronomia.
Mas desta forma muitas mais coisas há a retirar desta promoção: 1.º o que hoje é verdade amanha pode não ser; 2.º os nossos conceitos sobre planetas mudam com o evoluir dos tempos (e nunca mais chegamos a descobrir os homens pequeninos e verdinhos); 3.º a ciência é fascinante e ainda nos reserva muitas outras descobertas.

O coitado do Plutão é que não teve a quem se queixar pela despromoção...
Agora que vivemos numa sociedade em que tudo e mais alguma coisa tem direitos, não teria o Plutão direito a permanecer como Planeta???

domingo, 20 de agosto de 2006

Ainda não fui de férias....

Não, ainda não fui de férias. :-(
Antes tivesse ido, pois o trabalho tem sido imenso. Nesta altura o trabalho não é excessivo, mas há que colmatar as faltas de quem está ausente a gozar as suas férias. É que há trabalhos que não podem ficar para amanha. Pois relembrando a sabedoria popular "guarda que comer, mas não guardes que fazer", o trabalho têm que ser feito.

Este fim de semana realizou-se a concentração motard de Góis e contra todas as minhas expectativas cá fiquei por Lisboa, fechado a trabalhar, como qualquer criminoso que cometeu o mais hediondo crime e cumpre a sua pena.
Nem as diversas tentativas para adiar este serviço, ou melhor, para o permutar me valeram de nada!
Mais uma vez fiquei a ver as motos a passarem ao lado....
Aguardo com alguma espectativa as crónicas que irão nascer nos diversos fóruns da especialidade e se calhar, ou talvez não, constatar que nada perdi e que ainda bem que fiquei por Lisboa. Contudo há sempre uam coisa que se perde que é o contacto com os nossos amigos e o facto de se viver em uníssono uma paixão tão mal-amada por aqueles que não nos entendem...
Será que desta vez os senhores de farda cinzenta, vulgo BT-GNR, irão fechar a auto-estrada em Aveiras para fiscalizar unica e exclusivamente os veículos de duas rodas.
Preocupa-me esta atenção desmedida e o facto de nos considerarem como os principais prevaricadores dos acidentes em Portugal. Mas e mais uma vez o povo tem razão "a culpa nunca morreu solteira", querendo com isto dizer que a culpa dos acidente tem que ter um bode expiatório, que neste caso são as motos.
Para o próximo ano prometo que não falto a Góis, pois QUERO férias em Agosto e nesta altura!!!

quinta-feira, 3 de agosto de 2006

Lisboa foi de férias...

Adoro este mês de Agosto em Lisboa.
As ruas de manha e ao fim da tarde estão quase desertas. O trânsito é muito menor e mesmo para quem circula de moto faz o trajecto muito mais rapidamente.
Esta altura do ano faz-me lembrar a música do ex-grupo de Luís Represas (TROVANTE) em 125 azul, "(...) A ponte ficou deserta nem sei mesmo / Se Lisboa não partiu para parte incerta (...).
Eu cá continuo na minha labuta diária e só em Setembro parto rumo às merecidas férias laborais e estudantis. E acreditem que são bem merecidas, pelo menos o cansaço é a duplicar e não há corpo que aguente infinitamente...
Enquanto tal não acontece vão "nascendo" novas fotos no Flickr e novos post's por aqui.
Boas férias se for o caso!!!

quarta-feira, 2 de agosto de 2006

www.flickr.com/

**sadi**. Get yours at flagrantdisregard.com/flickr

As minhas fotos. Cinco já estão no explore (uma espécie de distinção das melhores do dia-a-dia).
A consultar : aqui

quarta-feira, 26 de julho de 2006

Mc Donalds

Raramente entro num restaurante "de comida de plástico", talvez hoje tenha sido uma excepção, aliás já nem me lembrava da ultima entrada naquele tipo de restauração.
Por razões profissionais vim até Oeiras e eis que me apeteceu comer qualquer coisa à beira-mar, de forma rápida e leve.
Mas a enchente era imensa...
Desta feita e porque estava na Praia de Santo Amaro a escolha recaíu no Mc. Mais uma vez havia imensa gente... Mas o atendimento até que não foi demorado.
Na espera, para ser atendido fui apreciando o que me rodeava e analizar as pessoas que costumam frequentar (ou que acidentalmente ali estavam como eu) aquele tipo de restaurante.
Havia de tudo e para todos os gostos. Ainda assim, quem mais me centrou as atenções foi um grupo de 6 pessoas muito bem vestidas (não que as outras estivessem mal vestidas, mas andavam em trajes próprios de quem está de férias ou pelo menos na praia) e que falavam em alto e bom som, com algumas gargalhadas à mistura.
As três raparigas (acompanhadas por três colegas de trabalho) eram esculturas perfeitas e bem definidas. Além do bom gosto pela roupa, tinham outros atributos que aqui me eximo de comentar.
Dei por mim a pensar, naquela altura, como a roupa é essencial para chamar a atenção de uma pessoa (e o figurino também, obviamente) e como um riso simples numa cara a pode ainda tornar mais bonita.
Lá traguei um Mc chicken e substitui a dita Cola por um horrivel sumo de laranja.
Foi a minha primeira ida ao Mc este ano. Para o ano certamente haverá mais...

domingo, 23 de julho de 2006

Vinte e cinco anos...

Está a decorrer neste fim de semana a Concentração Motard de Faro.
Todos os anos a concentração reune amantes de duas rodas e o espectáculo é digno de se ver.
Não sou muito amante deste tipo de encontros, por mais que tudo corra bem, não se desfruta da companhia como deve ser, devido ao excesso de pessoal.
Contudo este ano vou tentar ir a Góis. Sempre é uma concentração mais calma e mais bonita, com o rio ali por perto
Parabéns à organização deste ano de Faro.

quinta-feira, 20 de julho de 2006

O injustificável justificável.

Perdendo-me
Mutilando-me...
Abandonando-me...

Encontrando-me...
Socorrendo-me...
Achando-me...


Querendo-te e largando-te
Injustificadamente justifico-me:

- Quero a minha liberdade,
A qual necessito como se fosse ar.
Por isso:
- Não me faças perder,
Mutilar ou até mesmo abandonar...

Mas ao mesmo tempo quero-te amar.

sábado, 15 de julho de 2006

Serviço H24

Chateia-me o facto de ter que fazer serviço de 24 horas.
De vez em vez lá cai a nódoa no melhor pano e eis-me entre 4 paredes, telefones por todo o lado e alguns computadores.
Depois são as chamadas telefónicas a cair em catadupla. Pessoas que consideram a sua desgraça maior que a dos outros - os nossos males doem-nos sempre mais que as dores que afligem os outros, ainda que venhamos a reconhecer que as maleitas dos outros são efectivamente maiores.
Mas encontra-se de tudo. Por vezes e principalmente através dos telefonemas (onde há um certo anonimato) dizem-se barbaridades que nos fazem vir as lágrimas aos olhos de tanto rir.
Recordo aqui algumas, para verem como há pessoas, que pela sua doença de foro mental ou por solidão encontram nestes serviços permanentes a muleta o apoio que procuram e não encontram em mais lado nenhum.

Eis algumas das melhores que por aqui se vão apanhando:

  • a aldeia de Vila-flor, no Alentejo, perto de Cuba desapareceu no mapa, já percorri tudo e ela não está lá, por acaso os senhores já a encontraram?;
  • alguém anda a roubar os pulmões, o fígado e os intestinos dos meus filhos, quero que os senhores apanhem esses malandros que andam a fazer mal aos meus filhos;
  • venham depressa cá a casa que os fantasmas do andar de cima já estão a descer pelas paredes e daqui a nada sufocam-me, violam-me, como fazem todas as noites, venham depressa por favor, é um caso de vida ou morte.

E outros e mais outros casos, mais melindrosos e obscuros que não vale a pena expôr aqui, pois iriam achar que estive a ver um filme de ficção antes de iniciar estas letras.

A pura verdade é que estes serviços dão cabo de mim, esgotam a minha paciência, para além de estar aqui fechado 24 horas. Só quem passa por aqui 24 Horas sabe realmente daquilo que estou a falar.

Ainda faltam quase 8 horas, o pior tempo a passar, mas depois vou de fim de semana para relaxar e esquecer estas malditas horas de sofrimento.

segunda-feira, 10 de julho de 2006

Músicas que nos marcam...

Já tinha trazido à colação, neste blog, que há músicas que quer pela sua poesia ou pela forma como são interpretadas nos deixam recordações cada vez que as ouvimos, sendo certo que essas memórias (sempre boas, por sinal) fazem-se acompanhar da lembrança de quem partilhou esse momento peculiar connosco.

Desta vez a letra que aqui partilho é de uma das últimas músicas de Rui Veloso, intitulada "Não queiras saber de mim":


Não queiras saber de mim
Esta noite não estou cá
Quando a tristeza bate
Pior do que eu não há
Fico fora de combate
Como se chegasse ao fim
Fico abaixo do tapete
Afundado no serrim

Não queiras saber de mim
Porque eu estou que não me entendo
Dança tu que eu fico assim
Hoje não me recomendo

Mas tu pões esse vestido
E voas até ao topo
E fumas do meu cigarro
E bebes do meu copo
Mas nem isso faz sentido
Só agrava o meu estado
Quanto mais brilha a tua luz
Mais eu fico apagado

Amanhã eu sei já passa
Mas agora estou assim
Hoje perdi toda a graça
Não queiras saber de mim

Dança tu que eu fico assim
Porque eu estou que não me entendo
Não queiras saber de mim
Hoje não me recomendo


In Rui Veloso

domingo, 9 de julho de 2006

Ausências...

Tenho andado ausente...
Se por um lado a vertente profissional me tem deixado menos tempo, por outro a vertente opcional (leia-se escolar) têm-me ocupado os dias.
Junho foi um mês infernal, em todas as semanas um exame, com excepção da ultima semana em que foram dois. Mas valeu o esforço, aliás "tudo vale a pena se a alma não é pequena" - como dizia o poeta!
A etapa foi dada como salva, recupera-se agora todo o tempo perdido, seja nestas pequenas letras, seja com os amigos e amigas que ja se questionavam por onde me tinha metido.
O grupo das motos anda animado, test-drives e novas experiências, para além da paragem quase obrigatória todas as terças e quintas no verdinho e no francês, respectivamente.
Surgiu um novo grupo... Não de motos!!! Mas de fotografia... Mais velhos, têm muito que ensinar, mas são uns porreiros... (por vezes sinto que não viveram a sua juventude e estão agora a desforrar-se de tempos perdidos) Sempre bem dispostos!!! Ah! Como é bom ver gente bem-disposta!
Mas as minhas ausências a este blog também se devem em parte à descoberta de uma página na net onde se podem colocar fotografias e comentar outras... Aliás foi daí que surgiu o novo grupo de fotografias.
Como a vida foi, é e será diferente com a Internet!
A ausência... Já não é o que era!

sábado, 1 de julho de 2006

Poema da Vida!

MEMÓRIA

Ora isto, Senhores, deu-se em Trás-os-Montes,
Em terras de Borba, com torres e pontes.

Português antigo, do tempo da guerra,
Levou-o o Destino pr'a longe da terra.

Passaram os anos, a Borba, voltou,
Que linda menina que, um dia encontrou!

Que lindas fidalgas e que olhos castanhos!
E, um dia, na Igreja correram os banhos.

Mais tarde, debaixo dum signo mofino,
Pela lua-nova, nasceu um menino.

Oh! mães dos Poetas! sorrindo em seu quarto,
Que são virgens antes e depois do parto!

Num berço de prata, dormia deitado,
Três moiras vieram dizer-lhe o seu fado

(E abria o menino seus olhos tão doces):
"Serás um Príncipe! mas antes... não fosses."

Sucede, no entanto, que o Outono veio
E, um dia, ela resolve ir dar um passeio.

Calçou as sandálias, toucou-se de flores,
Vestiu-se de Nossa Senhora das Dores:

"Vou ali adiante, à Cova, em berlinda,
António, e já volto..." E não voltou ainda!

Vai o esposo, vendo que ela não voltava,
Vai lá ter com ela, por lá se quedava.

Oh homem egrégio! de estirpe divina,
De alma de bronze e coração de menina!

Em vão corri mundos, não vos encontrei
Por vales que fora, por eles voltei.

E assim se criou um anjo, o Diabo, o lua:
Ai corre o seu fado! a culpa não é sua!

Sempre é agradável ter um filho Virgílio,
Ouvi estas carmes que compus no exílio,

Ouvi-os vós todos, meus bons Portugueses!
Pelo cair das folhas, o melhor dos meses,

Mas, tende cautela, não vos faça mal...
Que é o livro mais triste que há em Portugal!

António Nobre

quinta-feira, 29 de junho de 2006

sábado, 24 de junho de 2006

Refugiados

Foi nesta semana que lhes foi dedicado um dia, escrevo - como é dedutível pelo título - dos Refugiados.
Em Janeiro na elaboração de um traballho, para uma cadeira da Universidade, sobre o Tráfico de Pessoas, deparei-me com o problema de haver poucas ou quase nehumas estatísticas sobre os refugiados e o tráfico de seres humanos.
Todos os dias movimentam-se, quer nas sendas do crime quer para fugir a outros males, pessoas inocentes.
Dá-me pena as crianças... E ver que em cá entre nós por vezes julgamos que nos falta alguma coisa e afinal até temos em excesso. E seria preciso dar muito para fazer um mundo melhor??? Certamente que não, bastava que dessemos aquilo que temos em excesso e se procurarem bem há tanta tralha que não lhe damos uso.

Vamos ajudar quem sofre!

sexta-feira, 23 de junho de 2006

Saudades....

Pôr do Sol
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Por vezes as imagens, os cheiros, as palavras ou as músicas fazem-nos "partir" para bem longe de onde estamos e trazem-nos à memória.... Saudades!...

terça-feira, 20 de junho de 2006

Retrato...

Retrato de uma princesa desconhecida

Para que ela tivesse um pescoço tão fino

Para que os seus pulsos tivessem um quebrar de caule

Para que os seus olhos fossem tão frontais e limpos

Para que a sua espinha fosse tão direita

E ela usasse a cabeça tão erguida

Com uma tão simples claridade sobre a testa

Foram necessárias sucessivas gerações de escravos

De corpo dobrado e grossas mãos pacientes

Servindo sucessivas gerações de príncipes

Ainda um pouco toscos e grosseiros

Ávidos cruéis e fraudulentos

Foi um imenso desperdiçar de gente

Para que ela fosse aquela perfeição

Solitária exilada sem destino


Sofia de Mello Breyner Andresen


domingo, 11 de junho de 2006

Casar?

Numa altura em que foi divulgada uma estatística do INE, na qual 2005 foi o ano em que existiram menos contrações matrimoniais, eis que todos os sábados se ouvem carros em frenesim de fitinhas nas antenas dos auto-rádios.
Se em 2005 recuamos aos anos 40, do século passado, a nível de casamentos possivelmente subimos (e em muito) o número de divorciados por metro quadrado. Cada dia há mais divorciados e mais pessoas a viver em economia comum (ou comunhão de mesa, se assim lhe preferirem chamar).
Relativamente ao casamento há a salientar dois pontos: o casamento pela igreja tem vindo a diminuir (fruto dos tempos, certamente!), sendo que já nem há missa completa, limitando-se o padre a fazer uma cerimónia que em muito se assemelha à do registo (a excepção vai para o discurso em torno da fé e da igreja); por outro lado o casamento (que não passa de um contrato como outro qualquer) exige uma logística e custos deveras elevado, ganhando com tais cerimónias o fotografo, o restaurante e toda a panóplia de intervenientes neste espectáculo mediático.
Não sou apologista do casamento, nunca o fui aliás... A maioria da juventude, hoje em dia, quando casa vai na espectativa de que "se não der certo, cada um vai à sua vida".
E assim vamos nós em divórcios em Portugal.

sábado, 10 de junho de 2006

Lágrimas...

Chorar é um transbordamento.
Choro quando estou muito alegre, ou muito triste, ou
[ com muita raiva.

Por isso chorar é o ato mais forte que existe.
Mostro o que sinto e o que sinto é caudaloso e
[ límpido.

E eu não tenho porque não fluir:
Não tenho limites.

Maria Inês Chaves de Andrade, in "Ilimitada".

quarta-feira, 7 de junho de 2006

Divagações....

Caminhava pela berma do carreiro, batendo ao de leve a saia no mato viçoso. Nunca ligou ao ditado que professa que "quem se mete por atalhos se mete em trabalhos". Aquele carreiro era um golpe de vista, iria chegar cedo à ceifa.
Levava nos braços a força de uma rapariga de 20 anos...
Mangas arregaçadas e ja ia com meia courela de avanço quando chegaram as outras ceifeiras. Espantadas por a ver ali e em tão adiantado estado de trabalho apenas disseram bom dia, cabisbaixando-se por terem chegado tarde, escondendo o rubor que lhes atiçava a cara.
- A Maria do Ti Júlio Forte voltou a fazer das delas - iniciou uma a conversa para quebrar o silêncio que ja agonizava no peito.
-Parece que sim, mas daquela alminha o que se espera. Tem a quem sair... Oh!, se tem a quem sair... Lá isso tem. - argumentou a mais velha das ceifeiras.
- Também havia necessidade de fugir co'homem?
A conversa continuou animada e controversa. . O sol mostrava-se, ainda que adormecido, pois todo ele reluzia vermelhão. A alvorada indiciava a presença de mais um dia quente e seco.
-Uiiiii ai... - gritou a moça que tinha madrugado mais que as outras madrugadoras.
-Que foi? - disse uma. E logo outra: - Que raio se passa, pra tanto alarido, nossa Senhora Virgem Mãe?
Mais calma e menos ofegante, em puras gargalhas respondeu: - apenas um ninho de ratos na ceifa.
Mais tarde um homem pegou noutros ratos e colocou-os no decote, atingindo o peito da rapariga. O alarido foi imenso e a rizada ainda maior.
O calor apertou.... Os trabalhadores evaporaram-se para longe do campo de suor.
A mais madrugadora foi-se embora sem darmos conta, nem o nome chegamos a saber. Nem ela saberia que iria casar com o rapaz atrevido dos ratos.

sexta-feira, 2 de junho de 2006

Pedra Filosofal

Eles não sabem que o sonho
é uma constante da vida
tão concreta e definida
como outra coisa qualquer,
como esta pedra cinzenta
em que me sento e descanso,
como este ribeiro manso
em serenos sobressaltos,
como estes pinheiros altos
que em verde e oiro se agitam,
como estas aves que gritam
em bebedeiras de azul.

eles não sabem que o sonho
é vinho, é espuma, é fermento,
bichinho álacre e sedento,
de focinho pontiagudo,
que fossa através de tudo
num perpétuo movimento.

Eles não sabem que o sonho
é tela, é cor, é pincel,
base, fuste, capitel,
arco em ogiva, vitral,
pináculo de catedral,
contraponto, sinfonia,
máscara grega, magia,
que é retorta de alquimista,
mapa do mundo distante,
rosa-dos-ventos, Infante,
caravela quinhentista,
que é cabo da Boa Esperança,
ouro, canela, marfim,
florete de espadachim,
bastidor, passo de dança,
Colombina e Arlequim,
passarola voadora,
pára-raios, locomotiva,
barco de proa festiva,
alto-forno, geradora,
cisão do átomo, radar,
ultra-som, televisão,
desembarque em foguetão
na superfície lunar.

Eles não sabem, nem sonham,
que o sonho comanda a vida,
que sempre que um homem sonha
o mundo pula e avança
como bola colorida
entre as mãos de uma criança.

In Movimento Perpétuo, 1956 - António Gedeão

terça-feira, 30 de maio de 2006

A última aula...

Foi hoje (ontem à noite, claro) a última aula.
Na voz um travo de saudade e nos olhos o brilho mais intenso. Deixaríamos, a partir dali, ser seus alunos.
Falou e falou como sempre, mas desta vez podiamos interromper, questionar e até gracejar com a sua frase mais badalada todo o ano "por favor não interrompam o discurso"...
Por último falou em sonhos e disse que "só não se realizava aquilo que nós nunca tinhamos sonhado".
A verdade é que assenti que sim, que o sonho pode ser realidade, nem que para isso se lute bastante.
Lembrei-me da "Pedra Filosofal" de António Gedeão e realmente não se poderá infirmar que "o sonho comanda a vida". Um dia destes post aqui esse poema completo.

terça-feira, 23 de maio de 2006

Ler é Poder

É sob este tema "ler é poder" que se iniciam as Feiras do Livro do Porto e de Lisboa.

O evento inicia-se amanha (24 de Maio), inauguração esta que vai dar início a mais um certame da feira do livro na cidade invicta até ao dia 11 de Junho, a decorrer no Palácio de Cristal (actualmente Pavilhão Rosa Mota), sendo a 76.º Feira do Livro.
"Mais de 70 mil títulos vão estar presentes nesta Feira do Livro, num total de 115 stands, entre os quais se encontram as principais editoras e distribuidoras do mercado, que irão disponibilizar ao público mais de 500 mil livros." - refere o JN.
Neste certame vai ser homenageado Mário Cláudio, escritor Angolano. "Depois de Eugénio de Andrade, Agustina Bessa-Luís e Óscar Lopes, Mário Cláudio é o escritor em destaque na feira. A homenagem está marcada para o dia 10 de Junho, no Café-Literário, num debate sobe o tema «Em destaque: Mário Cláudio» que contará com a presença do autor, de Carlos Reis, João Reynaud, Miguel Veiga e valter hugo mãe. No mesmo espaço estará patente uma exposição dedicada ao escritor, num espaço projectado por Luís Mendonça, estando ainda agendado o lançamento do livro, «Mário Cláudio – Quarenta e um Fragmentos»." - diz-nos o Primeiro de Janeiro.

A partir de 25 de Maio, até 13 de Junho decorrerá a feira do Livro de Lisboa, sob o mesmo tema "Ler é Poder". Mais informações a partir daqui!

segunda-feira, 22 de maio de 2006

Um dia....

Um dia, gastos, voltaremos
A viver livres como os animais
E mesmo tão cansados floriremos
Irmãos vivos do mar e dos pinhais.

O vento levará os mil cansaços
Dos gestos agitados irreais
E há-de voltar aos nosso membros lassos
A leve rapidez dos animais.

Só então poderemos caminhar
Através do mistério que se embala
No verde dos pinhais na voz do mar
E em nós germinará a sua fala.

Sophia de Mello Breyner

sexta-feira, 19 de maio de 2006

As noites são passadas ao luar...

O vento passa pelo estandal e abana toda a roupa.
Ao longe o ruído de um carro ouve-se parecendo que voa em direcção a outro planeta.
Joana estende os braços para fora da janela para sentir a brisa fresca deste mês de Maio. Pensa no dia, nas coisas boas que ele teve. Detesta as coisas más, mas, como que um autómato, apaga-as da mente.
Na rua um gato mia e um cão ladra... Inimigos que o tempo nunca se encarregou de fazerem as tréguas. O camião do lixo arrasta consigo aquele aroma pestilento e irritante...
O sono, ah o sono... Foi-se com o vento e não há maneira de voltar.

sábado, 13 de maio de 2006

Folhas Soltas - VI

In Memorium...


Tenho no céu uma estrela brilhante

Que me ilumina, protege e orienta.

E brilha ainda mais que um diamante,

Nunca me abandona e sempre me sustenta.


Essa estrela começou a brilhar naquele dia

Em que desta terra para sempre te despediste.

Era tão criança! E jamais imaginaria

A falta que me farias quando partiste.


Mas lá do alto sempre vigilante e atenciosa

Nunca me deixas ao abandono no mundo.

Por mais só que esteja ou em pavorosa,

Ou apenas recordando-te soturno...


Foste, és e sempre serás a melhor mãe

Não haverá qualquer termo de comparação

Nem riquezas que possam vir, por bem,

Dar-me aquilo que tanto me faz falta no coração.


Na minha memória estarás, enquanto viver.

Nos olhos, sempre que te recordo, lágrimas...

Amo-te muito, apesar de me fazeres sofrer.

10 de Outubro de 2004

sexta-feira, 12 de maio de 2006

Imposto Municipal de Circulação

Todos os anos se repete a compra do referido selo de criculação.
Este imposto apesar de ser cobrado pela Administração Estatal (Finanças Públicas) é todo consignado às autarquias locais, pois pertence a estas conforme deriva da lei.
Trata-se portanto de um Imposto que deverá ser utilizado para benefício dos munícipes, mas tal parece que não o é.
Por outro lado estranhamente este ano o Ministério das Finanças ainda não disponibilizou as tabelas e o impresso on-line, apesar de estar para breve o início do pagamento, que decorre de 23 de Maio a 15 de Julho.
É incompreensível que as motos continuem a ter que pagar mais IMC que os carros, quando na realidade poluem menos, ocupam menos espaço, pelo que gastam menos alcatrão, etc, etc...
Enfim... Problemas que já se arrascam há imensos anos e que os nossos políticos nunca resolveram. Vá lá saber-se porquê!...
Se quiserem obter a tabela do Imposto devido e o referido formulário, está gentilmente disponibilizado no site da Lisboa Jovem ou a um simples click aqui.

segunda-feira, 8 de maio de 2006

Festas do Sr. Santo Cristo dos Milagres



Estamos em Maio!

Mês de Maria e das devoções a Fátima.

A imagem lateral retrata as grandiosas festas e a devoção, não a Maria, mas ao Sr. Santo Cristo dos Milagres.

Não sendo eu Açoriano, mas tenho ali permanecido em S. Miguel algum tempo da minha vida, deparei-me com esta fé que não deixa indiferente qualquer ímpio. Não há açoriano que não tenha a sua fé no Sr. Santo Cristo dos Milagres, já que o povo dos Açores é, por natureza, bastante religioso e crente.

Durante este mês de Maio, as festas realizam-se no Campo de S. Francisco, em Ponta Delgada. O ambiente é de luz, folia e, principalmente, de oração e fé.

Para além das tasquinhas e noites que começam já a cheirar a Verão, há um ritual religioso que é impressionante, dando azo à celebre expressão "a fé move montanhas".

Várias pessoas regressam à sua terra natal, dos mais variados cantos do planeta, para cumprir promessas ao Sr. Santo Cristo dos Milagres. Pelas ruas, aquando da realização da procissão, há tapetes de flores que apenas são pisadas após a passagem do andor com o Sr. Santo Cristo dos Milagres.

Diz a lenda que "no Convento da Caloura, em Água de Pau, começa a história do culto do Senhor Santo Cristo dos Milagres, em S. Miguel. Reza a tradição que foi neste lugar que se erigiu o primeiro Convento de Religiosas nesta Ilha, convento cuja fundação se deveu, principalmente, à piedade das filhas de Jorge da Mota, de Vila Franca do Campo.
Mas para que tal comunidade fosse estabelecida como devia, foi necessário que alguém fosse a Roma impetrar a respectiva Bula Apostólica. Largaram, por isso, de S. Miguel a caminho da Cidade Eterna, duas religiosas. Aí solicitaram ao Papa o desejado documento. Tão bem se desempenharam dessa missão que o Sumo Pontífice não só lhes passou a ambicionada Bula como ainda lhes ofereceu uma Imagem do Ecce Homo. De regresso a Vale de Cabaços, a singular imagem foi posta num nicho onde se conservou por poucos anos.
Porque o lugar era ermo e muito exposto às incursões dos piratas, o pequeno Mosteiro ficou, certo dia, deserto, pois parte das religiosas seguiu para Santo André, de Vila Franca do Campo, e a outra parte se encaminhou para Ponta Delgada, para o Mosteiro da Esperança, acabado de fundar pela viúva do Capitão Donatário, Rui Gonçalves da Câmara.
Mas a Imagem do Senhor Santo Cristo não ficou esquecida em Vale de Cabaços, porque a religiosa galega Madre Inês de Santa Iria a quis trazer para Ponta Delgada."

Mais informações sobre esta festa religiosa e a sua tradição AQUI

sábado, 6 de maio de 2006

Folhas Soltas - V

Sozinho… Com a Lua e o Mar…

Aqui estou sozinho, sozinho com o mar
A lua faz-me companhia com o seu luar
As ondas aconchegam-me nesta solidão
A minha vida depende do teu coração

Sou um louco errante, abandonado
E tu não estás aqui ao meu lado
A partilhar este cenário de beleza
A tentar alegrar a minha tristeza.

Estou triste e muito triste
Por não te ter aqui, em risque
Que mais posso fazer para te ter?
Mas… Apenas me queres ver a sofrer.

Sofro de amor por ti e quão grande é a paixão
Aqui estou, em frente ao mar, nesta solidão
E tu estás com ele decerto toda nua
Eu estou sozinho… Com o mar e a lua.

Passei na tua rua escura, parei na tua morada.
Dentro de mim uma voz me dizia, magoada:
- Está nos braços dele, em deleite! Apaixonado
Refugio-me no mar, sozinho… Abandonado.

26 de Julho de 2004

quinta-feira, 4 de maio de 2006

Vale a pena pensar nisto...

Os lóbis de Portugal ja foram detectados pela União Europeia.
A notícia que marca o Editorial do DN afirma isso mesmo e muito mais.

"Por cá organizaram-se lóbis políticos com capacidade de manipulação da máquina administrativa do Estado que arrecadaram centenas de milhões de contos. Organizaram-se associações criminosas que organizaram gi- gantescas fraudes. Organizaram-se, até, respostas "patrióticas" a Bruxelas, com a chancela do Estado português e a devida colaboração das autoridades judiciárias, sobre a boa aplicação dos fundos, não fosse Bruxelas exigir a devolução dos cheques."

Assim há de tudo neste país à beira mar plantado.
Para que se saiba os portugueses não gostam do país onde vivem e se pudessem mudariam de país para residir.
Onde está o Patriotismo que no Séc. XV levou Portugal aos quatro cantos do mundo? Onde está o orgulho de querer fazer melhor e desenvolver o país onde efectivamente nascemos, vivemos e eventualmente viremos a morrer?
A mentalidade do Português é mesmo mesquinha e atrofiada. Mas desengane-se quem julga que esta mentalidade é apenas das classes mais desfavorecidas. Não! Esta mentalidade está presente quer nos políticos, quer em outros sectores desenvolvidos da sociedade portuguesa.
Efectivamente verificamos que o interesse pessoal está primeiro que tudo, o desenvolvimento do país é algo que diz respeito ao meu vizinho do lado e não a mim, pensa a maioria dos habitantes deste Portugal.
Para quando lutar contra esta passividade e fazer algo de útil a todos nós? Basta reclamar por ordenados mais altos e fazer tal comparação com os países da UE? Não! É necessário desenvolver o país, a começar pela mentalidade das pessoas, pelo desempenho profissional, pela desburocratização da Administração Pública.
Quantas pessoas estão no desemprego actualmente, a receber o subsídio de desemprego, e efectuam trabalhos clandestinos? Quantos recebem o dito Rendimento Mínimo e fazem a mesma coisa?
Não estou contra estas medidas antes contra a falta de fiscalização e aplicação das contra-ordenações necessárias.
Este actual governo conseguiu enfrentar alguns lóbies, mas será que tais medidas se tornaram eficazes? Certamente não, pois tais lóbis movimentam-se no interior dos partidos, levando com eles bastante dinheiro, como refere o editorial atrás mencionado.
As mentalidades portuguesas têm que mudar, a começar pelas crianças na pré-primária até à vida adulta. É um processo lento, mas que tem que ser feito. Só desta forma se poderá ter um País digno e desenvolvido, um país onde haja gosto de se viver nele e não seja apenas um paraíso do crime ou de férias anuais.
Já agora vale a pena pensar nisto...

quarta-feira, 3 de maio de 2006

Folhas Soltas - IV

Morri para ti e para o resto do mundo.

Meu coração parou, deixou de bater!

Não serei mais o ser tão profundo,

Que conheceste e que fizeste sofrer...


E se algum dia, por acaso, me vieres visitar,

Não tragas flores ou rosas à minha sepultura.

Nem as tuas lágrimas vão conseguir lavar,

O amor que sofri por ti e me levou à loucura.


Morri e para sempre estarei sepultado,

No talhão dos que não foram amados

quarta-feira, 26 de abril de 2006

Folhas Soltas - III

Do mar revolto que bate e rebate no areal

Na ventania fresca, carregada de películas d’água,

Na areia molhada ou leve, ainda que agarrada.

No caminhar, trémulo, incertezas de um ideal.


Fazia-me falta visitar o revolto mar

Ah! Que momentos solarengos ao fim da tarde

Naquele deserto infinito de areia que arde

Eu e o mar… Um puro uníssono grito.


A minha revolta é como a das ondas

As delas vão e voltam constantemente

Mas lá acabam por se quedar

A minha fica prisioneira na mente

E nunca se afasta para me deixar amar.

segunda-feira, 24 de abril de 2006

"As portas que Abril abriu"

As Portas Que Abril Abriu

Era uma vez um país
onde entre o mar e a guerra
vivia o mais feliz
dos povos à beira-terra

Onde entre vinhas sobredos
vales socalcos searas
serras atalhos veredas
lezírias e praias claras
um povo se debruçava
como um vime de tristeza
sobre um rio onde mirava
a sua própria pobreza

Era uma vez um país
onde o pão era contado
onde quem tinha a raíz
tinha o fruto arrecadado
onde quem tinha o dinheiro
tinha o operário algemado
onde suava o ceifeiro
que dormia com o gado
onde tossia o mineiro
em Aljustrel ajustado
onde morria primeiro
quem nascia desgraçado

Era uma vez um país
de tal maneira explorado
pelos consórcios fabris
pelo mando acumulado
pelas ideias nazis
pelo dinheiro estragado
pelo dobrar da cerviz
pelo trabalho amarrado
que até hoje já se diz
que nos tempos dos passado
se chamava esse país
Portugal suicidado


Ali nas vinhas sobredos
vales socalcos searas
serras atalhos veredas
lezírias e praias claras
vivia um povo tão pobre
que partia para a guerra
para encher quem estava podre
de comer a sua terra

Um povo que era levado
para Angola nos porões
um povo que era tratado
como a arma dos patrões
um povo que era obrigado
a matar por suas mãos
sem saber que um bom soldado
nunca fere os seus irmãos

Ora passou-se porém
que dentro de um povo escravo
alguém que lhe queria bem
um dia plantou um cravo

Era a semente da esperança
feita de força e vontade
era ainda uma criança
mas já era a liberdade

Era já uma promessa
era a força da razão
do coração à cabeça
da cabeça ao coração

Quem o fez era soldado
homem novo capitão
mas também tinha a seu lado
muitos homens na prisão




Continue a ler este poema aqui

José Carlos Ary dos Santos - "Obra poética"

Lisboa, Julho-Agosto de 1975



Assim foi há 32 anos....

Faz hoje 32 anos que os Capitães de Abril tinham tudo preparado para dar "o golpe" no Facismo e dar, de uma vez por todas, a liberdade a todos os Portugueses.

No início da manhã [24 de Abril de 1974], Álvaro Guerra comunica a Carlos Albino a escolha definitiva da Grândola como senha nacional e a hora da sua transmissão no programa «Limite»: das 0h 20m para as 0h 22m. Carlos Albino contacta outro elemento da equipa do «Limite», Manuel Tomás. Por precaução e para evitar atrasos e imprevistos na emissão da senha, fazem todas as diligências necessárias à gravação de um alinhamento de programa com cerca de 10 minutos em que a leitura da primeira estrofe da Grândola aparecia ligada à leitura de outros textos. Pedem a um dos locutores habituais do «Limite», Leite de Vasconcelos, que grave esse alinhamento de textos, mas mantêm segredo sobre o verdadeiro destino dessa gravação.

E assim hoje vivemos em Liberdade, ainda que por vezes nos queiram "amordaçar".

Certo é que na Madeira não haverá comemorações do 25 de Abril. Nas palavras do presidente do Governo Regional daquela região autónoma, o 25 de Abril é "uma porcaria".
Mais desenvolvimentos desta notícia aqui

Viva 0 25 de Abril sempre!

domingo, 23 de abril de 2006

Hoje é dia....


... do Motociclista.

Todos os anos se celebra o Dia do Motociclista, ou seja, desde há dez anos a esta parte.
Este ano o evento vai realizar-se, pela primeira vez, por terras algarvias, sendo esperados em Sagres muitos motociclistas.
Segundo a lenda, foi na península isolada da Ponta de Sagres que Dom Henrique, o Navegador, construiu no século XV uma fortaleza para enviar os seus marinheiros na missão de explorar os mares desconhecidos. Daí a sua alusão nesta cartaz. O que em tempos foi ponto de partida é agora ponto de chegada para todos os amantes de duas rodas.
Como habitualmente e independentemente da fé da cada um haverá a realização de uma missa e depois a tradicional benção das motos.
Este ano não deu para ir, quiça para o próximo ano...

..... Internacional do Livro

Por todo o Mundo se celebra o Dia Internacional do Livro. Amados por uns, por outros nem tanto, o certo é que nos livros encontramos a sabedoria do passado, o reconforto de uma história, a certeza de uma palavra amiga...
Em 23 de abril de 1616 faleceram Cervantes, Shakespeare e o Inca Garcilaso de la Vega. Também no dia 23 de abril nasceram ou morreram outros escritores famosos como Maurice Druon, K. Laxness, Vladimir Nabokov, Josep Pla e Manuel Mejía Vallejo. Por este motivo, esta data tão simbólica para a literatura universal foi a escolhida pela Conferencia Geral da UNESCO para render uma homenagem mundial ao livro e seus autores e chamar a todos, em particular os mais jovens, a descobrir o prazer da leitura e respeitar a impecável contribuição dos criadores no progresso social e cultural.
Este dia foi criado, pela Conferência Geral da UNESCO, devido à tradição que ocorre na Catalunha, região da Espanha, onde, no Dia de São Jorge, 23 de Abril é costume entregar uma rosa de presente junto de cada livro vendido.
Boas leituras...

sábado, 22 de abril de 2006

Madrigal para Depois

Quando, por fim, o mundo for só nosso
Sem reparos alheios,
E os meus versos a fiel legenda
De cada hora,
Saberás, musa, claramente,
como a vida dura
Para além da macabra certidão
Da realidade.
Pede, pois, com fervor,
À santíssima senhora
Da boa morte
Que, sem mais sofrimento,
Piedosamente,
Me receba nos braços rejelados,
E nos permita ser eternamente
Felizes e secretos namorados.

Miguel Torga

Poesias...

De amor nada mais me resta que um Outubro
e quanto mais amada mais desisto;
quanto mais tu me despes mais me cubro
e quanto mais me escondo mais me avisto.

E sei que mais te enleio e te deslumbro
porque se mais me ofusco mais existo.
Por dentro me ilumino, sol oculto,
por fora te ajoelho, corpo místico.

Não me acordes. Estou morta na quermesse
dos teus beijos. Etérea, a minha espécie
nem teus zelos amantes a demovem.

Mas quanto mais em nuvem me desfaço
mais de terra e de fogo é o abraço
com que na carne queres reter-me jovem.


Natália Correia

sexta-feira, 21 de abril de 2006

Momentos Fotográficos XIII

Forte de S. João Baptista - Ilha Terceira (Açores), hoje Regimento de Guarnição N.º 1, do Exército.

quinta-feira, 20 de abril de 2006

Ainda o Caso Joana

Já aqui demos conta do chamado "Caso Joana", a me nina que desapareceu no algarve e nunca mais houve rasto da mesma.
O referido caso vem novamente à colação em virtude do Supremo Tribunal de Justiça ter reduzido a pena de prisão atribuída aos arguidos deste processo. Assim a mãe e o tio da referida criança viram a pena reduzida para 16 anos e oito meses.
No primeiro julgamento, realizado em Novembro passado, o Tribunal de Portimão condenou aqueles arguidos a 20 anos e 4 meses e 19 anos e dois meses de prisão, respectivamente.

Agora acabaram-se os recursos e esta pena poderá não ser a efectiva, pois daqui a meia duzia de anos, com bom comportamento estão de volta à Liberdade. Certo, certo é que da Joana nem sinais de vida...

quarta-feira, 19 de abril de 2006

Dedicatória...

Adorei esta música do Paulo Gonzo, por isso aqui fica o poema para alguém muito especial.

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Sei-te de Cor

Sei de cor
cada traço
do teu rosto
do teu olhar.
Cada Sombra
da tua voz.
E cada silêncio
cada gesto que tu fazes
Meu amor sei-te de cor

Sei
Cada capricho teu
E o que não dizes
Ou preferes calar.
Deixa-me adivinhar
não digas que o louco sou eu
se for tanto melhor
Amor sei-te de cor

Sei
Por que becos te escondes.
Sei ao pormenor
o teu melhor e o pior.
Sei de ti mais do que queria
Numa palavra diria
Sei-te de cor

terça-feira, 18 de abril de 2006

Folhas Soltas - II

As nuvens choram...


As nuvens choram nesta noite quente
Acendo um cigarro, nesta noite magoada
Quantas almas estão amando docemente
E eu sozinho sem ti, nesta madrugada

A chuva traz-me as memórias do teu lar
Nessa noite, (eu já te amava em segredo)
Bebendo whisky, nos beijamos com medo
Sentido os teus lábios, ouvi o teu arfar.

A noite vai alta e o sono não vem
Pensando em ti, chorando como as nuvens
Mas elas apenas choram… Por ninguém.

O timing foi a tua explicação (e eu doente)
Pelo amor que me negaste tão friamente!
As nuvens choram nesta noite quente.

quinta-feira, 13 de abril de 2006

Folhas Soltas - I

Inicia-se aqui mais uma rúbrica que tem como objectivo publicar poemas inéditos de um autor desconhecido.
Pese embora o anonimato do poeta merecem os seus poemas ser divulgados, tanto mais que, como refere a sabedoria popular, "médico, poeta e louco todos temos um pouco".
Irão ser assim as Folhas Soltas...

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Que posso fazer para te ter?
És tão alegre e sem mágoas no peito
Será necessário as montanhas mover,
Para que possa ser o teu eleito?

Dizes adeus ou um simples olá
E se eu tivesse a coragem, ah! como gritaria,
Dizer ao mundo que o amor está cá
Dizer-te ao ouvido o mal que me agonia.

Não sou feliz, sem ti a meu lado
Sofro nesta amargura de enamorado
E tu continuas alegre e sempre a sorrir

Sabendo das mágoas da minha agonia
Choro-as, na esperança de um dia
Te ter a meu lado e não te ver partir.

quarta-feira, 12 de abril de 2006

Páscoa... Amêndoas e Coelhos

Estamos a viver a semana que antecede o Domingo de Páscoa.
Para os religiosos católicos esta semana é denominada "semana maior" ou "semana santa".
Para outros não passa de uma semana mais curta, em que há um feriado na quinta de tarde e sexta todo o dia.
Mas algo me intriga há vários anos e cuja resposta nunca ninguem me soube dar, de modo satisfatório: que têm as amêndoas a haver com os coelhos?
Aceito sugestões de resposta.
Uma boa páscoa para todos!

terça-feira, 11 de abril de 2006

Dia Internacional dos Doentes de Alzheimer

Comemora-se hoje este dia dedicado a todos os doentes com a Doença de Alzheimer.
Esta doença degenerativa do Sistema Nervoso afecta imensos Portugueses. Existe uma Associação Portuguesa dos Familiares e Amigos dos Doentes de Alzheimer (APFADA) que presta apoio a estes doentes e seus familiares.

Para compreender melhor esta doença aqui fica um excerto da Wikipédia

A doença de Alzheimer ou mal de Alzheimer é uma doença degenerativa do cérebro,caracterizada por uma perda das faculdades cognitivas superiores, manifestando-se inicialmente por alterações da memória episódica. Estes défices mnésicos agravam-se com a progressão da doença, e são posteriormente acompanhados por défices visuo-espaciais e de linguagem. O início da doença pode muitas vezes dar-se com simples alterações de personalidade, com ideação paranóide.
A base histopatológica da doença foi descrita pela primeira vez pelo neuropatologista alemão
Alois Alzheimer em 1906, que verificou a existência juntamente com placas senis (hoje identificadas como agregados de proteína beta-amilóide), de emaranhados neurofibrilares (hoje associados a mutação da proteína tau, no interior dos neurotúbulos. Estaes dois achados patológicos, num doente com severas perturbações neurocognitivas, e na ausência de evidência de compromisso ou lesão intra-vascular, permitiram a Alois, Alzheimer caracterizar este quadro clínico como distinto de outras patologias orgânicas do cérebro, vindo Emil Kraepelin a dar o nome de Alzheimer à doença por ele estudada pela primeira vez, combinando os resultados histológicos com a descrição clínica.
Caracteriza-se clinicamente pela perda progressiva da memória. O cérebro de um paciente com o Mal de Alzheimer, quando visto em
necrópsia, apresenta uma atrofia generalizada , com perda neuronal específica em certas áreas do hipocampo mas também em regiões parieto-occipitais e frontais.
A perda de memória causa a estes pacientes um grande desconforto em sua fase inicial e intermediária, já na fase adiantada não apresentam mais condições de perceber-se doentes, por falha da auto-crítica. Não se trata de uma simples falha na memória, mas sim de uma progressiva incapacidade para o trabalho e convívio social, devido a dificuldades para reconhecer pessoas próximas e objetos. Mudanças de domicílio são mal recebidas, pois tornam os sintomas mais agudos. Um paciente com mal de Alzheimer pergunta a mesma coisa centenas de vezes, mostrando sua incapacidade de fixar algo novo. Palavras são esquecidas, frases são truncadas, muitas permanecendo sem finalização.


Continue a ler este artigo aqui

segunda-feira, 10 de abril de 2006

Diga lá.... Excelência


Quem não ouviu o programa da 2: em que a entrevistada foi Maria José Morgado?
Foi uma entrevista em que esta Procuradora-Adjunta tocou vários pontos sensíveis quer da PJ, quer do Ministério Público, sem deixar de lado a corrupção que se vive neste país.
Além disso referiu que por norma quem fala quer assumir outros cargos, mas ela apenas fala porque gosta daquilo que faz.

Depois de ter estado na direcção de combate ao crime económico da PJ, durante 20 meses, abandonando em Agosto de 2003, a procuradora afirma que os seus responsáveis sobrevivem, em média, "20 meses" e "isto quer dizer alguma coisa, não é?", questionou a mesma.
Ouvir ou ler a entrevista, na integra, aqui

quinta-feira, 6 de abril de 2006

Barcelona vs Benfica

Quem não viu o jogo de ontem?
Poderíamos ter feito história, mas a estória foi escrita pelo arbitro e pelo seu péssimo desempenho nos 90 minutos.
Palavras para quê, se no fim o que conta é o resultado.
Mas estivemos à altura, nomeadamente quando Moreto defendeu aquele penalty do Ronaldinho.
Por isso VIVA AO BENFICA!

segunda-feira, 3 de abril de 2006

Momentos Fotográficos XI

Cabo Espichel - Sesimbra. O silêncio é de ouro...

A OPA do Costa sobre o Costa

A incerteza que se vive na PJ desde há uns dias parece culminar esta segunda-feira com a demissão da actual Direcção daquela polícia superior de investigação criminal.
Os factos agudizaram-se quando o Ministro da Administração Interna (António Costa) lançou uma OPA sobre a PJ, esvaziando-a de conteúdo, uma vez que quer levar para o seu Ministério a Interpol e a Europol.
É assim dizer uma OPA sobre o seu congénere Ministro da Justiça, António Costa.
Quem ganha e quem perde ao fim e ao cabo?
Segundo avança a TSF ( a ler aqui) está-se a preparar a reformulação da Direcção, que como é público, ameaçou dimitir-se na passada Sexta-feira.
Mas o problema maior e quem sai a perder são os cidadãos que não vêem as suas queixas seguir a tramitação normal, muito por culpa da desorçamentação que foi alvo a PJ.
Mas tal problema cedo foi levantado pela Associação Sindical dos Funcionários de Investigação Criminal (ASFIC) quando em Janeiro denunciou que o orçamento apenas daria para manter a PJ até Junho.
Face a todos os elementos denunciados e para além da falta de verbas a PJ já levou a cabo uma série de greves sectoriais. Nada ficou resolvido e agora avançam para uma greve geral a 17 de Abril.
Irá esta OPA concretizar-se, isto é, levará António Costa avante a sua ideia e conseguirá retirar a EUROPOL e a INTERPOL da PJ?
Aguardamos o desenvolvimento da reunião que terá lugar hoje á tarde entre o Ministro Alberto Costa e o Director Nacional da PJ, Santos Cabral.

terça-feira, 28 de março de 2006

Violência na Manifestação

Por toda a França o dia é de paragem, ou seja, de greve e de protestos contra o CPE (Contrato do Primeiro Emprego).

As centrais sindicais francesas garantem que por todo o país estão, esta terça-feira, na rua mais de três milhões de pessoas, que contestam o Contrato do Primeiro Emprego (CPE). Um protesto que entretanto ficou manchado por alguns incidentes.

Em Portugal a paragem deve-se outro factor: O BENFICA joga a primeira cartada na luta pela final da Liga dos Campeões. Peculiar ou não, somos o país do Futebol e de outros F's, restícios de uma tirania decepada com o 25 de Abril de 1974.

sábado, 25 de março de 2006

Polícias...

As notícias não paravam de chegar. Fosse pela Televisão, por Jornais ou simplesmente pela Net tudo falava do mesmo.
A grande operação levada a cabo pela PSP sobre o desmantelamento de uma rede de tráfico e venda de armas estava a ser desmantelada.
Dos figurinos (para o Direito - arguidos) constavam 4 elementos da própria força policial.
Volvidos dois anos sobre a investigação (segundo reportam os jornais) o cabecilha da rede é Chefe da PSP e desempenhada funções num local estratégico, ou seja, no Armamento da PSP (onde mais poderia ser?!)
Não se compreende como é que uma pessoa que esteja ao serviço para combater o crime, salte a barricada e se vá colocar no outro lado, isto é, no lado da vandidagem.
Será que serem Polícias julgavam que nunca iriam ser apanhados?
Se o EXPRESSO refere que "o cabecilha praticava este crime há 20 anos", como é que só passado este tempo é que se detem um homem destes?

Esperamos que a PSP e demais entidades policiais limpem o "lixo" que têm lá por casa.

quinta-feira, 23 de março de 2006

segunda-feira, 20 de março de 2006

A dura realidade....

Um estudo Europeu conclui que os funcionários públicos são quem mais perdem no poder de compra comparados com os seus congéneres europeu, revela hoje o DN.
Muito se haveria a dizer sobre este assunto mas para quê bater mais no ceguinho?
Certo certo é que as taxas de juros sobem em toda a Europa e em Portugal o governo pura e simplesmente leva a sua avante, pois fixou desde o início a indíce de aumentos laborais (1,5% para os funcionários públicos) e não aceitou renegociar a mesma.
Para quem não leu o DN, aqui fica o artigo, num simples click.

domingo, 19 de março de 2006

Dia do Pai

Hoje é dia do Pai... É 19 de Março...
Devemos lembrar o Pai que nos viu crescer e que nos apoiou em todos os momentos, quer esteja entre nós quer tenha "partido".
Um grande beijo ao meu pai e bem-haja por tudo.

sexta-feira, 17 de março de 2006

Diferença entre "ontem" e "hoje"...

Os efeitos de uma gripe...

Leituras IV

"A primavera chegará, mesmo que ninguém mais saiba seu nome, nem acredite no calendário, nem possua jardim para recebê-la. A inclinação do sol vai marcando outras sombras; e os habitantes da mata, essas criaturas naturais que ainda circulam pelo ar e pelo chão, começam a preparar sua vida para a primavera que chega.

Finos clarins que não ouvimos devem soar por dentro da terra, nesse mundo confidencial das raízes, — e arautos sutis acordarão as cores e os perfumes e a alegria de nascer, no espírito das flores.

Há bosques de rododendros que eram verdes e já estão todos cor-de-rosa, como os palácios de Jeipur. Vozes novas de passarinhos começam a ensaiar as árias tradicionais de sua nação. Pequenas borboletas brancas e amarelas apressam-se pelos ares, — e certamente conversam: mas tão baixinho que não se entende.

Oh! Primaveras distantes, depois do branco e deserto inverno, quando as amendoeiras inauguram suas flores, alegremente, e todos os olhos procuram pelo céu o primeiro raio de sol.
Esta é uma primavera diferente, com as matas intactas, as árvores cobertas de folhas, — e só os poetas, entre os humanos, sabem que uma Deusa chega, coroada de flores, com vestidos bordados de flores, com os braços carregados de flores, e vem dançar neste mundo cálido, de incessante luz.

Mas é certo que a primavera chega. É certo que a vida não se esquece, e a terra maternalmente se enfeita para as festas da sua perpetuação.

Algum dia, talvez, nada mais vai ser assim. Algum dia, talvez, os homens terão a primavera que desejarem, no momento que quiserem, independentes deste ritmo, desta ordem, deste movimento do céu. E os pássaros serão outros, com outros cantos e outros hábitos, — e os ouvidos que por acaso os ouvirem não terão nada mais com tudo aquilo que, outrora se entendeu e amou.

Enquanto há primavera, esta primavera natural, prestemos atenção ao sussurro dos passarinhos novos, que dão beijinhos para o ar azul. Escutemos estas vozes que andam nas árvores, caminhemos por estas estradas que ainda conservam seus sentimentos antigos: lentamente estão sendo tecidos os manacás roxos e brancos; e a eufórbia se vai tornando pulquérrima, em cada coroa vermelha que desdobra. Os casulos brancos das gardênias ainda estão sendo enrolados em redor do perfume. E flores agrestes acordam com suas roupas de chita multicor.

Tudo isto para brilhar um instante, apenas, para ser lançado ao vento, — por fidelidade à obscura semente, ao que vem, na rotação da eternidade. Saudemos a primavera, dona da vida — e efêmera."

Texto extraído do livro "Cecília Meireles - Obra em Prosa - Volume 1", Editora Nova Fronteira - Rio de Janeiro, 1998, pág. 366.

quinta-feira, 16 de março de 2006

Certezas da Vida

- Hummm, ele há coisas que na vida são mesmo certas....
- Ai sim... Tais como? Nã tou a ver...
- Olha... Tal como morrer e pagar impostos....
- ....

quarta-feira, 15 de março de 2006

Leituras III

A rede mundial tem destas coisas e basta um click para se aceder a um manancial de informação, divertimentos, etc, etc...
Desta vez o Leituras incide sobre um site de Livros para os mais pequeninos lá de casa.
Não há o toque do papel, o barulho a mudar as páginas, mas ler uma história diferente todos os dias, e com desenhos, aos nossos pequeninos não é a melhor coisa do mundo?
A não perder aqui, talvez o único senão é que está escrito em Português do Brasil.

Boas Leituras!

sexta-feira, 10 de março de 2006

Momentos Fotográficos X

E ainda mais esta, tendo ao fundo, do lado esquerdo um avião da TAP.

Momentos Fotográficos IX



Quem não viu este heli ontem nas ruas de Lisboa, devido à tomada de posse do novo PR???

Trata-se do novo heli da Força Aérea, o chamado EH101. Estas "máquinas" vieram substitur os velhinhos "PUMA".

quinta-feira, 9 de março de 2006

Glorioso SLB!


Palavras para quê? De facto ontem o BENFICA esteve em grande. Apesar de algumas defesas mal feitas e que iam culminando em golo do Liverpool, o certo é que com um pouco de sorte o Benfica conseguiu passar mais esta etapa, com um golaço de Simão Sabrosa.
Imprensa internacional elogia eficácia do Benfica e Simão, o quase-reforço do Liverpool

quarta-feira, 8 de março de 2006

Dia Internacional da Mulher

Poemas para todas as mulheres



"No teu branco seio eu choro.
Minhas lágrimas descem pelo teu ventre
E se embebedam do perfume do teu sexo.
Mulher, que máquina és, que só me tens desesperado
Confuso, criança para te conter!
Oh, não feches os teus braços sobre a minha tristeza não!
Ah, não abandones a tua boca à minha inocência, não!
Homem sou belo
Macho sou forte, poeta sou altíssimo
E só a pureza me ama e ela é em mim uma cidade e tem mil e uma portas.
Ai! teus cabelos recendem à flor da murta
Melhor seria morrer ou ver-te morta
E nunca, nunca poder te tocar!
Mas, fauno, sinto o vento do mar roçar-me os braços
Anjo, sinto o calor do vento nas espumas
Passarinho, sinto o ninho nos teus pêlos...
Correi, correi, ó lágrimas saudosas
Afogai-me, tirai-me deste tempo
Levai-me para o campo das estrelas
Entregai-me depressa à lua cheia
Dai-me o poder vagaroso do soneto, dai-me a iluminação das odes, dai-me o
[cântico dos cânticos
Que eu não posso mais, ai!
Que esta mulher me devora!
Que eu quero fugir, quero a minha mãezinha quero o colo de Nossa Senhora!"

Vinicius de Moraes

quinta-feira, 2 de março de 2006

Manha Submersa


O título deste post vai ao encontro de um dos livros mais lidos de Vergílio Ferreira.
E porque falar de Vergílio? Fez ontem anos (01 de Março) que este escritor faleceu. Estavamos em 1996 e morreu em Lisboa. Está sepultado em Melo (concelho de Gouveia, na Serra da Estrela) «virado para a Serra», como foi seu desejo.
Actualmente este autor não é leitura obrigatória nos currículos escolares, salvo aqueles que escolherem literatura portuguesa no 12.º ano.
É pena... Deixar apenas o seu nome gravado em Escolas ou em Bibliotecas ou em outros locais é pouco para o autor de "Carta ao Futuro 1958; Aparição, 1959" e outros mais recentes como "Para Sempre, 1983; Até ao Fim, 1987; Pensar, 1992; Conta-Corrente, cinco volumes, 1980-1988; Carta a Sandra, 1997 (edição póstuma)"
Esquecerem um dos autores mais carismáticos da recente actualidade.
Vale a pena ler e reler Vergílio.

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2006

Carnaval....

A Folia dura três dias ....
Se não há festa nem festança onde não vá a Constança... Pelo segundo ano consecutivo o Alberto João Jardim ficou na bancada a ver o desfile passar.
Será da idade ou finalmente apercebeu-se que apenas fazia papel de "bôbo da corte"?

Mas qual a origem do Carnaval?
A festa assim intitulada deriva do facto de nos 40 dias seguintes à Terça-feira de Carnaval ser uma época de jejum e abstenção, pois entra-se, para os Católicos, na Quaresma.
Quarenta dias até ao Domingo de Páscoa. No dia de Carnaval come-se carne gorda e depois só se virá a comer carne no dia de Páscoa.
Mas para se dar a volta a este problema pagava-se a "congria" e ficava-se dispensado desta obrigação, guardando-se apenas tal jejum de carne nas Sextas-feiras.
Hoje já não é bem assim...
Como dizia o poeta "Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades..."

terça-feira, 14 de fevereiro de 2006

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2006

Poesia (VI)

Súplica

Agora que o silêncio é um mar sem ondas,
E que nele posso navegar sem rumo,
Não respondas
Às urgentes perguntas
Que te fiz.
Deixa-me ser feliz
Assim,
Já tão longe de ti como de mim.

Perde-se a vida a desejá-la tanto.
Só soubemos sofrer, enquanto
O nosso amor
Durou.
Mas o tempo passou,
Há calmaria...
Não perturbes a paz que me foi dada.
Ouvir de novo a tua voz seria
Matar a sede com água salgada.

Miguel Torga