“Recomeça… se puderes, sem angústia e sem pressa e os passos que deres, nesse caminho duro do futuro, dá-os em liberdade, enquanto não alcances não descanses, de nenhum fruto queiras só metade.”
Miguel Torga

terça-feira, 30 de maio de 2006

A última aula...

Foi hoje (ontem à noite, claro) a última aula.
Na voz um travo de saudade e nos olhos o brilho mais intenso. Deixaríamos, a partir dali, ser seus alunos.
Falou e falou como sempre, mas desta vez podiamos interromper, questionar e até gracejar com a sua frase mais badalada todo o ano "por favor não interrompam o discurso"...
Por último falou em sonhos e disse que "só não se realizava aquilo que nós nunca tinhamos sonhado".
A verdade é que assenti que sim, que o sonho pode ser realidade, nem que para isso se lute bastante.
Lembrei-me da "Pedra Filosofal" de António Gedeão e realmente não se poderá infirmar que "o sonho comanda a vida". Um dia destes post aqui esse poema completo.

domingo, 28 de maio de 2006

Votos de...

terça-feira, 23 de maio de 2006

Ler é Poder

É sob este tema "ler é poder" que se iniciam as Feiras do Livro do Porto e de Lisboa.

O evento inicia-se amanha (24 de Maio), inauguração esta que vai dar início a mais um certame da feira do livro na cidade invicta até ao dia 11 de Junho, a decorrer no Palácio de Cristal (actualmente Pavilhão Rosa Mota), sendo a 76.º Feira do Livro.
"Mais de 70 mil títulos vão estar presentes nesta Feira do Livro, num total de 115 stands, entre os quais se encontram as principais editoras e distribuidoras do mercado, que irão disponibilizar ao público mais de 500 mil livros." - refere o JN.
Neste certame vai ser homenageado Mário Cláudio, escritor Angolano. "Depois de Eugénio de Andrade, Agustina Bessa-Luís e Óscar Lopes, Mário Cláudio é o escritor em destaque na feira. A homenagem está marcada para o dia 10 de Junho, no Café-Literário, num debate sobe o tema «Em destaque: Mário Cláudio» que contará com a presença do autor, de Carlos Reis, João Reynaud, Miguel Veiga e valter hugo mãe. No mesmo espaço estará patente uma exposição dedicada ao escritor, num espaço projectado por Luís Mendonça, estando ainda agendado o lançamento do livro, «Mário Cláudio – Quarenta e um Fragmentos»." - diz-nos o Primeiro de Janeiro.

A partir de 25 de Maio, até 13 de Junho decorrerá a feira do Livro de Lisboa, sob o mesmo tema "Ler é Poder". Mais informações a partir daqui!

segunda-feira, 22 de maio de 2006

Um dia....

Um dia, gastos, voltaremos
A viver livres como os animais
E mesmo tão cansados floriremos
Irmãos vivos do mar e dos pinhais.

O vento levará os mil cansaços
Dos gestos agitados irreais
E há-de voltar aos nosso membros lassos
A leve rapidez dos animais.

Só então poderemos caminhar
Através do mistério que se embala
No verde dos pinhais na voz do mar
E em nós germinará a sua fala.

Sophia de Mello Breyner

sexta-feira, 19 de maio de 2006

As noites são passadas ao luar...

O vento passa pelo estandal e abana toda a roupa.
Ao longe o ruído de um carro ouve-se parecendo que voa em direcção a outro planeta.
Joana estende os braços para fora da janela para sentir a brisa fresca deste mês de Maio. Pensa no dia, nas coisas boas que ele teve. Detesta as coisas más, mas, como que um autómato, apaga-as da mente.
Na rua um gato mia e um cão ladra... Inimigos que o tempo nunca se encarregou de fazerem as tréguas. O camião do lixo arrasta consigo aquele aroma pestilento e irritante...
O sono, ah o sono... Foi-se com o vento e não há maneira de voltar.

sábado, 13 de maio de 2006

Folhas Soltas - VI

In Memorium...


Tenho no céu uma estrela brilhante

Que me ilumina, protege e orienta.

E brilha ainda mais que um diamante,

Nunca me abandona e sempre me sustenta.


Essa estrela começou a brilhar naquele dia

Em que desta terra para sempre te despediste.

Era tão criança! E jamais imaginaria

A falta que me farias quando partiste.


Mas lá do alto sempre vigilante e atenciosa

Nunca me deixas ao abandono no mundo.

Por mais só que esteja ou em pavorosa,

Ou apenas recordando-te soturno...


Foste, és e sempre serás a melhor mãe

Não haverá qualquer termo de comparação

Nem riquezas que possam vir, por bem,

Dar-me aquilo que tanto me faz falta no coração.


Na minha memória estarás, enquanto viver.

Nos olhos, sempre que te recordo, lágrimas...

Amo-te muito, apesar de me fazeres sofrer.

10 de Outubro de 2004

sexta-feira, 12 de maio de 2006

Imposto Municipal de Circulação

Todos os anos se repete a compra do referido selo de criculação.
Este imposto apesar de ser cobrado pela Administração Estatal (Finanças Públicas) é todo consignado às autarquias locais, pois pertence a estas conforme deriva da lei.
Trata-se portanto de um Imposto que deverá ser utilizado para benefício dos munícipes, mas tal parece que não o é.
Por outro lado estranhamente este ano o Ministério das Finanças ainda não disponibilizou as tabelas e o impresso on-line, apesar de estar para breve o início do pagamento, que decorre de 23 de Maio a 15 de Julho.
É incompreensível que as motos continuem a ter que pagar mais IMC que os carros, quando na realidade poluem menos, ocupam menos espaço, pelo que gastam menos alcatrão, etc, etc...
Enfim... Problemas que já se arrascam há imensos anos e que os nossos políticos nunca resolveram. Vá lá saber-se porquê!...
Se quiserem obter a tabela do Imposto devido e o referido formulário, está gentilmente disponibilizado no site da Lisboa Jovem ou a um simples click aqui.

segunda-feira, 8 de maio de 2006

Festas do Sr. Santo Cristo dos Milagres



Estamos em Maio!

Mês de Maria e das devoções a Fátima.

A imagem lateral retrata as grandiosas festas e a devoção, não a Maria, mas ao Sr. Santo Cristo dos Milagres.

Não sendo eu Açoriano, mas tenho ali permanecido em S. Miguel algum tempo da minha vida, deparei-me com esta fé que não deixa indiferente qualquer ímpio. Não há açoriano que não tenha a sua fé no Sr. Santo Cristo dos Milagres, já que o povo dos Açores é, por natureza, bastante religioso e crente.

Durante este mês de Maio, as festas realizam-se no Campo de S. Francisco, em Ponta Delgada. O ambiente é de luz, folia e, principalmente, de oração e fé.

Para além das tasquinhas e noites que começam já a cheirar a Verão, há um ritual religioso que é impressionante, dando azo à celebre expressão "a fé move montanhas".

Várias pessoas regressam à sua terra natal, dos mais variados cantos do planeta, para cumprir promessas ao Sr. Santo Cristo dos Milagres. Pelas ruas, aquando da realização da procissão, há tapetes de flores que apenas são pisadas após a passagem do andor com o Sr. Santo Cristo dos Milagres.

Diz a lenda que "no Convento da Caloura, em Água de Pau, começa a história do culto do Senhor Santo Cristo dos Milagres, em S. Miguel. Reza a tradição que foi neste lugar que se erigiu o primeiro Convento de Religiosas nesta Ilha, convento cuja fundação se deveu, principalmente, à piedade das filhas de Jorge da Mota, de Vila Franca do Campo.
Mas para que tal comunidade fosse estabelecida como devia, foi necessário que alguém fosse a Roma impetrar a respectiva Bula Apostólica. Largaram, por isso, de S. Miguel a caminho da Cidade Eterna, duas religiosas. Aí solicitaram ao Papa o desejado documento. Tão bem se desempenharam dessa missão que o Sumo Pontífice não só lhes passou a ambicionada Bula como ainda lhes ofereceu uma Imagem do Ecce Homo. De regresso a Vale de Cabaços, a singular imagem foi posta num nicho onde se conservou por poucos anos.
Porque o lugar era ermo e muito exposto às incursões dos piratas, o pequeno Mosteiro ficou, certo dia, deserto, pois parte das religiosas seguiu para Santo André, de Vila Franca do Campo, e a outra parte se encaminhou para Ponta Delgada, para o Mosteiro da Esperança, acabado de fundar pela viúva do Capitão Donatário, Rui Gonçalves da Câmara.
Mas a Imagem do Senhor Santo Cristo não ficou esquecida em Vale de Cabaços, porque a religiosa galega Madre Inês de Santa Iria a quis trazer para Ponta Delgada."

Mais informações sobre esta festa religiosa e a sua tradição AQUI

sábado, 6 de maio de 2006

Folhas Soltas - V

Sozinho… Com a Lua e o Mar…

Aqui estou sozinho, sozinho com o mar
A lua faz-me companhia com o seu luar
As ondas aconchegam-me nesta solidão
A minha vida depende do teu coração

Sou um louco errante, abandonado
E tu não estás aqui ao meu lado
A partilhar este cenário de beleza
A tentar alegrar a minha tristeza.

Estou triste e muito triste
Por não te ter aqui, em risque
Que mais posso fazer para te ter?
Mas… Apenas me queres ver a sofrer.

Sofro de amor por ti e quão grande é a paixão
Aqui estou, em frente ao mar, nesta solidão
E tu estás com ele decerto toda nua
Eu estou sozinho… Com o mar e a lua.

Passei na tua rua escura, parei na tua morada.
Dentro de mim uma voz me dizia, magoada:
- Está nos braços dele, em deleite! Apaixonado
Refugio-me no mar, sozinho… Abandonado.

26 de Julho de 2004

quinta-feira, 4 de maio de 2006

Vale a pena pensar nisto...

Os lóbis de Portugal ja foram detectados pela União Europeia.
A notícia que marca o Editorial do DN afirma isso mesmo e muito mais.

"Por cá organizaram-se lóbis políticos com capacidade de manipulação da máquina administrativa do Estado que arrecadaram centenas de milhões de contos. Organizaram-se associações criminosas que organizaram gi- gantescas fraudes. Organizaram-se, até, respostas "patrióticas" a Bruxelas, com a chancela do Estado português e a devida colaboração das autoridades judiciárias, sobre a boa aplicação dos fundos, não fosse Bruxelas exigir a devolução dos cheques."

Assim há de tudo neste país à beira mar plantado.
Para que se saiba os portugueses não gostam do país onde vivem e se pudessem mudariam de país para residir.
Onde está o Patriotismo que no Séc. XV levou Portugal aos quatro cantos do mundo? Onde está o orgulho de querer fazer melhor e desenvolver o país onde efectivamente nascemos, vivemos e eventualmente viremos a morrer?
A mentalidade do Português é mesmo mesquinha e atrofiada. Mas desengane-se quem julga que esta mentalidade é apenas das classes mais desfavorecidas. Não! Esta mentalidade está presente quer nos políticos, quer em outros sectores desenvolvidos da sociedade portuguesa.
Efectivamente verificamos que o interesse pessoal está primeiro que tudo, o desenvolvimento do país é algo que diz respeito ao meu vizinho do lado e não a mim, pensa a maioria dos habitantes deste Portugal.
Para quando lutar contra esta passividade e fazer algo de útil a todos nós? Basta reclamar por ordenados mais altos e fazer tal comparação com os países da UE? Não! É necessário desenvolver o país, a começar pela mentalidade das pessoas, pelo desempenho profissional, pela desburocratização da Administração Pública.
Quantas pessoas estão no desemprego actualmente, a receber o subsídio de desemprego, e efectuam trabalhos clandestinos? Quantos recebem o dito Rendimento Mínimo e fazem a mesma coisa?
Não estou contra estas medidas antes contra a falta de fiscalização e aplicação das contra-ordenações necessárias.
Este actual governo conseguiu enfrentar alguns lóbies, mas será que tais medidas se tornaram eficazes? Certamente não, pois tais lóbis movimentam-se no interior dos partidos, levando com eles bastante dinheiro, como refere o editorial atrás mencionado.
As mentalidades portuguesas têm que mudar, a começar pelas crianças na pré-primária até à vida adulta. É um processo lento, mas que tem que ser feito. Só desta forma se poderá ter um País digno e desenvolvido, um país onde haja gosto de se viver nele e não seja apenas um paraíso do crime ou de férias anuais.
Já agora vale a pena pensar nisto...

quarta-feira, 3 de maio de 2006

Folhas Soltas - IV

Morri para ti e para o resto do mundo.

Meu coração parou, deixou de bater!

Não serei mais o ser tão profundo,

Que conheceste e que fizeste sofrer...


E se algum dia, por acaso, me vieres visitar,

Não tragas flores ou rosas à minha sepultura.

Nem as tuas lágrimas vão conseguir lavar,

O amor que sofri por ti e me levou à loucura.


Morri e para sempre estarei sepultado,

No talhão dos que não foram amados