“Recomeça… se puderes, sem angústia e sem pressa e os passos que deres, nesse caminho duro do futuro, dá-os em liberdade, enquanto não alcances não descanses, de nenhum fruto queiras só metade.”
Miguel Torga

domingo, 7 de janeiro de 2007

Meu amor, meu Amor

Meu amor meu amor
meu corpo em movimento
minha voz à procura
do seu próprio lamento.
Meu limão de amargura meu punhal a escrever
nós parámos o tempo não sabemos morrer
e nascemos nascemos
do nosso entristecer.
Meu amor meu amor
meu nó e sofrimento
minha mó de ternura
minha nau de tormento
este mar não tem cura este céu não tem ar
nós parámos o vento não sabemos nadar
e morremos morremos
devagar devagar.

in SANTOS, José Carlos Ary dos, As Palavras das Cantigas

1 comentário:

Anónimo disse...

Que poema maravilhoso!!!
Um pouco triste, cansado de existir, mas lindíssimo!
Seu blog certamente sempre será marcado com a minha presença.
Adoro-o!!
Abraços