
No meu tempo de criança o Natal era associado ao Menino Jesus e ao seu nascimento.
Na noite de Natal ele descia a chaminé e vinha colocar a tão ansiada prenda no sapatinho.
De manhã era uma alegria correr para o nosso sapato e ver o que o Menino nos tinha trazido. Ainda que fossem apenas um par de meias, uns bombons ou outra prenda, tudo era recebido com a maior das alegrias.
Natal significava (re)união da família.
E depois havia a missa de Natal e após esta a distribuição do "bodo" (papo-seco de maiores dimensões distribuído a todas as pessoas presentes, fossem ou não da aldeia).
Reza a lenda que em ano de fome e de pestes uma família abastada, mas sofrida por estas calamidades, prometeu dar pelo Natal pão a todos os habitantes se as referidas maleitas desaparecessem. E assim ainda hoje continua a tradição. Ainda que em moldes diferentes, pois todos contribuem com uma pequena quantia por cada casa habitada, a distribuição do "bodo" ainda se faz.
Natal era o encanto do presépio. Do Menino nascido na majedoura e tempo de reviver as lições aprendidas na catequese.

Natal que significa natividade, ou seja, nascimento.
Ainda assim, é bom ver numa criança o sorriso estampado no rosto e a magia que ela sente por ser Natal (ainda que os adultos não lhe expliquem o significado desta quadra), ou melhor, por receber prendas.
A todos, quantos por aqui passais e vos detendes uns minutos nestas minhas letras, votos de um Santo e feliz Natal. Que o consumismo não abafe o verdadeiro sentido do Natal e que os sentimentos de partilha e ajuda ao próximo sejam praticados ao longo do novo ano que se avizinha.