“Recomeça… se puderes, sem angústia e sem pressa e os passos que deres, nesse caminho duro do futuro, dá-os em liberdade, enquanto não alcances não descanses, de nenhum fruto queiras só metade.”
Miguel Torga

segunda-feira, 8 de maio de 2006

Festas do Sr. Santo Cristo dos Milagres



Estamos em Maio!

Mês de Maria e das devoções a Fátima.

A imagem lateral retrata as grandiosas festas e a devoção, não a Maria, mas ao Sr. Santo Cristo dos Milagres.

Não sendo eu Açoriano, mas tenho ali permanecido em S. Miguel algum tempo da minha vida, deparei-me com esta fé que não deixa indiferente qualquer ímpio. Não há açoriano que não tenha a sua fé no Sr. Santo Cristo dos Milagres, já que o povo dos Açores é, por natureza, bastante religioso e crente.

Durante este mês de Maio, as festas realizam-se no Campo de S. Francisco, em Ponta Delgada. O ambiente é de luz, folia e, principalmente, de oração e fé.

Para além das tasquinhas e noites que começam já a cheirar a Verão, há um ritual religioso que é impressionante, dando azo à celebre expressão "a fé move montanhas".

Várias pessoas regressam à sua terra natal, dos mais variados cantos do planeta, para cumprir promessas ao Sr. Santo Cristo dos Milagres. Pelas ruas, aquando da realização da procissão, há tapetes de flores que apenas são pisadas após a passagem do andor com o Sr. Santo Cristo dos Milagres.

Diz a lenda que "no Convento da Caloura, em Água de Pau, começa a história do culto do Senhor Santo Cristo dos Milagres, em S. Miguel. Reza a tradição que foi neste lugar que se erigiu o primeiro Convento de Religiosas nesta Ilha, convento cuja fundação se deveu, principalmente, à piedade das filhas de Jorge da Mota, de Vila Franca do Campo.
Mas para que tal comunidade fosse estabelecida como devia, foi necessário que alguém fosse a Roma impetrar a respectiva Bula Apostólica. Largaram, por isso, de S. Miguel a caminho da Cidade Eterna, duas religiosas. Aí solicitaram ao Papa o desejado documento. Tão bem se desempenharam dessa missão que o Sumo Pontífice não só lhes passou a ambicionada Bula como ainda lhes ofereceu uma Imagem do Ecce Homo. De regresso a Vale de Cabaços, a singular imagem foi posta num nicho onde se conservou por poucos anos.
Porque o lugar era ermo e muito exposto às incursões dos piratas, o pequeno Mosteiro ficou, certo dia, deserto, pois parte das religiosas seguiu para Santo André, de Vila Franca do Campo, e a outra parte se encaminhou para Ponta Delgada, para o Mosteiro da Esperança, acabado de fundar pela viúva do Capitão Donatário, Rui Gonçalves da Câmara.
Mas a Imagem do Senhor Santo Cristo não ficou esquecida em Vale de Cabaços, porque a religiosa galega Madre Inês de Santa Iria a quis trazer para Ponta Delgada."

Mais informações sobre esta festa religiosa e a sua tradição AQUI

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