“Recomeça… se puderes, sem angústia e sem pressa e os passos que deres, nesse caminho duro do futuro, dá-os em liberdade, enquanto não alcances não descanses, de nenhum fruto queiras só metade.”
Miguel Torga

segunda-feira, 4 de dezembro de 2006

Chegou o consumismo.

Há muito que o consumismo se vem instalando nas sociedades ditas civilizadas. Por mais que Portugal queira pertencer a estas ditas sociedades (ficando atrás no essencial...) no tocante ao consumismo somos campeões.
A época que se aproxima fervilha em consumismo. Compra-se o que se precisa e aquilo que não se precisa. Gasta-se o que se tem e, pior ainda, gasta-se aquilo que não se tem.
Pouco ou nada vejo de TV, mas este fim de semana lá vi as notícias (essas por norma tento não falhar) e constatei duas coisas interessantes:
1.º - Na próxima quarta-feira, a seguir ao telejornal, vai para o ar uma reportagem sobre o endividamento dos portugueses.
2.º Quando questionaram um miúdo africano, que se encontra internado em Santa Maria, sobre quais as prendas que queria para este Natal respondeu, singelamente: "roupas e comida".

Tecemos agora algumas considerações:
  • A reportagem da RTP vem na hora H. Esta época é a de por excelência, de puro consumismo. Não se liga aquele espírito de Natal, da festa da família (ainda que, por vezes, só dure esta união dois dias e depois voltem a virar-se costas uns aos outros), do espírito de partilhar a alegria e o amor, etc, etc... Mais e mais se acaba por "calar" os filhos com mais esta e aquela prenda, pois coitadinhas das criancinhas não podem ouvir como resposta um redondo e sonante "NÃO!".

  • No que concerne ao rapazito internado, eis como uma humilde criança que nada tem, ou quase nada, soube pedir bens que lhe fazem mais falta. Não referiu que queria brinquedos, este ou aquele jogo, apenas pediu roupa e comida.

Vale a pena pensar nisto...

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