“Recomeça… se puderes, sem angústia e sem pressa e os passos que deres, nesse caminho duro do futuro, dá-os em liberdade, enquanto não alcances não descanses, de nenhum fruto queiras só metade.”
Miguel Torga

domingo, 14 de março de 2010

Bullying...

A imprensa escrita e televisiva tem relatado casos de violência nas escolas e utilizado desenfreadamente a expressão bullying.

O caso do Leando que se atirou ao Rio Tua, em Mirandela, não pode deixar ninguém indiferente. Naquela idade (12 anos) ser capaz de se suicidar deve ter sido mesmo um acto de desespero e de muito sofrimento.
As pessoas adultas suicidam-se, os jovens na adolescência suicidam-se, mas com 12 ou menos anos não é normal suicidarem-se.

Que educação afinal transmitem os pais aos seus filhos? Que modo de vida querem esses pais que os seus filhos um dia mais tarde tenham?
A este respeito lembro-me de me terem contado que, num centro comercial, ouviu uma mãe para uma filha: "se te portas mal na segunda-feira digo à tua professora". Ora afinal quem é que educa? Os pais ou os professores? Acredito que ambos, mas os pais são primariamente responsáveis pelos seus filhos e é a eles que lhes compete, em primeira instância, educá-los.
Mas os valores estão todos alterados. Hoje em dia se um professor "toca" num aluno é logo um ai Jesus e lá vem o papá ou a mamã apresentar queixa contra o prof, porque bateu no filho.

Hoje em dia os pais fazem as vontades todas aos filhos e estes sentem-se na obrigação que os pais assim procedam. Mas a maior parte das vezes os pais fazem-lhes as vontades para se verem "livres" deles, ou seja, para que os filhos não os aborreçam. Triste maneira de educar.

O bullying fez mais uma vítima. Um prof. de música que não aguentou a pressão e acabou por cometer suicido. Os responsáveis da Escola, da linha de Sintra, já vieram a terreiro dizer que os alunos estavam a receber apoio psicológico para não se sentirem culpados pela morte do professor. DESCULPEM??? Os alunos não são os culpados? Recebem apoio psicológico? Se não são então quem será?

Valerá à pena ainda andar a tapar o sol com a peneira? Para quando uma acção por parte do Ministério da Educação de forma a erradicar este tipo de violência? Uma vida já bastava, mas pelos vistos muitas mais já existiram.

3 comentários:

Fazendo música disse...

creio que a educação de cidadania e respeito seria importante no ensino das artes e outras coisas em geral! Isso tambem deve ser o papel do Estado. Um abraço musical!!

Wendell Miranda disse...

Concordo plenamente com o que está escrito. Hoje, a maioria dos pais coloca toda a obrigação da educação dos filhos na conta dos professores, um fato triste e preocupante.
Parabéns, blog muito bom!

Cristina disse...

Pois o problema é mesmo esse, é que quando algum miudo quer uma coisita lá vão os papás dar essa coisita. E quando não são os papás saõ os avós, e quando não são os avós são, são e são. Há sempre alternativa para esses miúdos mimados que não podem ouvir um não como resposta. Mas também já o tenho dito, essas senhoras, que muitas vezes ajudam, mas que também estragam, das assistentes sociais são muito culpadas. é certo que uma criança não pode ser espancada, e concordo em punir os pais que o fazem, mas uma palmadinha não faz mal a ninguém. E aliás, já tenho ouvido dizer que por vezes faz melhor que um bocado de pão. Pois eu digo, os meus filhos quando as merecerem levam, quero-os bem educados. Dar beijinhos é necessário mas não chega. Não dou apenas a culpa a estas cranças que maltratam os outros, dou-a também aos pais e educadores no geral.