Quando, por fim, o mundo for só nosso
Sem reparos alheios,
E os meus versos a fiel legenda
De cada hora,
Saberás, musa, claramente,
como a vida dura
Para além da macabra certidão
Da realidade.
Pede, pois, com fervor,
À santíssima senhora
Da boa morte
Que, sem mais sofrimento,
Piedosamente,
Me receba nos braços rejelados,
E nos permita ser eternamente
Felizes e secretos namorados.
Miguel Torga
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