Miguel Torga
sexta-feira, 30 de novembro de 2007
Enjoy...
Song: Angel
for that second chance
for a break that would make it okay
there's always one reason
to feel not good enough
and it's hard at the end of the day
I need some distraction
oh beautiful release
memory seeps from my veins
let me be empty
and weightless and maybe
I'll find some peace tonight
in the arms of an angel
fly away from here
from this dark cold hotel room
and the endlessness that you fear
you are pulled from the wreckage
of your silent reverie
you're in the arms of the angel
may you find some comfort there
so tired of the straight line
and everywhere you turn
there's vultures and thieves at your back
and the storm keeps on twisting
you keep on building the lie
that you make up for all that you lack
it don't make no difference
escaping one last time
it's easier to believe in this sweet madness oh
this glorious sadness that brings me to my knees
in the arms of an angel
fly away from here
from this dark cold hotel room
and the endlessness that you fear
you are pulled from the wreckage
of your silent reverie
you're in the arms of the angel
may you find some comfort there
you're in the arms of the angel
may you find some comfort here
sexta-feira, 23 de novembro de 2007
Pormenores da vida...
terça-feira, 13 de novembro de 2007
Poema
a palavra criança a palavra segredo.
A cidade é um céu de palavras paradas
a palavra distância e a palavra medo.
A cidade é um saco um pulmão que respira
pela palavra água pela palavra brisa
A cidade é um poro um corpo que transpira
pela palavra sangue pela palavra ira.
A cidade tem praças de palavras abertas
como estátuas mandadas apear.
A cidade tem ruas de palavras desertas
como jardins mandados arrancar.
A palavra sarcasmo é uma rosa rubra.
A palavra silêncio é uma rosa chá.
Não há céu de palavras que a cidade não cubra
não há rua de sons que a palavra não corra
à procura da sombra de uma luz que não há.
Ary dos Santos
quarta-feira, 31 de outubro de 2007
Palavras para quê?
Fazes-me navegar,
Ainda que não te mostre...
O meu olhar...
Ah! Este meu olhar
Rude e sereno
Ver-te sorrir
E, ainda que esteja a sonhar,
É bom ficar contigo
Seja em que lugar
Porque sabes um segredo?
Estou-te a amar
sábado, 20 de outubro de 2007
Thanks...
Adorei a noite e os momentos que vivemos hoje juntos.
Amo-te mesmo muito.
És uma pessoa super delicada.
quarta-feira, 12 de setembro de 2007
Janelas Abertas....
Tenho quarenta janelas
nas paredes do meu quarto,
Sem vidros nem bambinelas
posso ver através delas
o mundo em que me reparto.
Por uma entra a luz do Sol,
por outra a luz do luar,
por outra a luz das estrelas
que andam no céu a rolar.
Por esta entra a Via Láctea
como um vapor de algodão,
por aquela a luz dos homens,
pela outra a escuridão.
Pela maior entra o espanto,
pela menor a certeza,
pela da frente a beleza
que inunda de canto a canto.
Pela quadrada entra a esperança
de quatro lados iguais,
quatro arestas, quatro vértices,
quatro pontos cardeais.
Pela redonda entra o sonho,
que as vigias são redondas,
e o sonho afaga e embala,
à semelhança das ondas.
Por além entra a tristeza,
por aquela entra a saudade,
e o desejo, e a humildade,
e o silêncio, e a surpresa,
e o amor dos homens, e o tédio,
e o medo, e a melancolia,
e essa fome sem remédio
a que se chama poesia,
e a inocência, e a bondade,
e a dor própria, e a dor alheia,
e a paixão que se incendeia,
e a viuvez, e a piedade,
e o grande pássaro branco,
e o grande pássaro negro
que se olham obliquamente,
arrepiados de medo,
todos os risos e choros,
todas as fomes e sedes,
tudo alonga a sua sombra
nas minhas quatro paredes.
Oh janelas do meu quarto,
que vos pudesse rasgar !
Com tanta janela aberta
falta-me a luz e o ar."
António Gedeão
sexta-feira, 7 de setembro de 2007
A voz que arrepia.
Uma belíssima voz.
Ela que hoje, numa entrevista à SIC, se queixa que os senhores das rádios não passam as suas músicas.
Um pequeno tributo a esta voz arrepiante.
segunda-feira, 27 de agosto de 2007
Poema do vento...
Palavras ditas em susurro...
Duas mãos unidas
Um só corpo colado
E muito suado...
Uma janela bateu.
O ar entrou sem pedir
E rodou, rodou...
E o vidro veio partir.
Os corpos já eram dois
O vento saiu, logo depois.
AR - 27/08/2007
sábado, 25 de agosto de 2007
Voltei ao trabalho.
Após sete meses de baixa, que aqui foram acompanhado no Carpe Diem, eis que voltei ao trabalho.
Tanto tempo afastado do labor diário a sensação é muito estranha. Porque será que as coisas boas (ainda que estando doente - mas o último mês deu mesmo para descansar) acabam depressa?
O que mais me custa nesta vida é levantar cedo e já não estava habituado a levantar todos os dias às 08 da manhã.
Restam-me ainda as férias, que este ano serão de Inverno, para desfrutar da neve e de outros locais que são muito bonitos nessa altura do ano.
Até lá... Toca a trabalhar!!!
sexta-feira, 3 de agosto de 2007
Desejos vãos...
Eu queria ser o Mar de altivo porte
Que ri e canta, a vastidão imensa!
Eu queria ser a Pedra que não pensa,
A pedra do caminho, rude e forte!
Eu queria ser o Sol, a luz intensa,
O bem do que é humilde e não tem sorte!
Eu queria ser a Árvore tosca e tensa
Que ri do mundo vão e até da morte!
Mas o Mar também chora de tristeza...
As árvores também, como quem reza,
Abrem, aos Céus, os braços, como um crente!
E o Sol, altivo e forte, ao fim de um dia,
Tem lágrimas de sangue na agonia!
E as Pedras... essas... pisa-as toda a gente!...
Florbela Espanca
quinta-feira, 26 de julho de 2007
Musica para os ouvidos...
Nao percebo mas este site (www.imeem.com) nao aceita palavras com acentos.
Coisas de americanos.... Va la saber-se porque!!!
sábado, 21 de julho de 2007
Pensamentos vãos?
Deixar de fumar é a coisa mais fácil do mundo. Sei muito bem do que se trata, já o fiz cinquenta vezes.
Autor: Mark Twain
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Domingo deixo de fumar!!! Tem que ser desta!!!
quinta-feira, 19 de julho de 2007
Hoje sinto-me assim...
Depois dos exames vale a pena "morrer" para renascer de novo.
Deliciem-se com esta musica.
sábado, 14 de julho de 2007
Lisboa vai a votos.
Hoje é dia de reflexão para a votação de amanhã.
São as eleições intercalares para a Câmara Municipal de Lisboa mais concorridas das últimas décadas.
Apresentam-se na corrida 12 candidatos (10 apoiados por partidos políticos e 2 independentes).
Não voto em Lisboa, apesar de trabalhar nesta cidade caótica de trânsito, poluição, prédios abandonados, etc etc....
Se fosse votar em quem votaria?
Nenhum dos candidatos esclareceu diversos pontos fundamentais. Fez-se dos pontos fulcrais da campanha um show-off e afinal ninguém veio a público referir como resolveria os problemas.
Nada que em política já não estejamos habituados.
Uma boa reflexão e um conselho: No domingo antes de irem para a praia, ou de férias, vá votar. É, por enquanto, um direito que, ainda, nos assiste.
sábado, 7 de julho de 2007
Porque hoje é 07.07.07
Porque dizem que o n.º 7 dá sorte e é um n.º mágico eis aqui um pequeno vídeo do último concerto dos Trovante - no Pavilhão Atlântico - em Lisboa.
Aqui fica a letra da música "Balada das sete saias":
Sete ondas se noivaram
Ao luar das sete praias
Sete punhais se afiaram
Menina das sete saias
Sete estrelas se apagaram
Sete-que-pena choraias
Sete segredos contaram
Menina das sete saias
Eh ah......
Sete bocas se calaram
Com sete beijos beijai-as
Sete mortes evitaram
Menina das sete saias
Sete bruxas se encontraram
No monte das sete olaias
Sete vassouras montaram
Menina das sete saias
Sete faunos contrataram
Sete cornos e zagaias
Aos sete encomendaram
Menina das sete saias
Sete princesas toparam
Com mais sete lindas aias
Por sete e sete deixaram
Menina das sete saias
Sete danças que bailaram
Sete vezes que desmaias
Sete luas te ansiaram
Menina das sete saias
Sete vezes se encantaram
No bosque das sete faias
Sete sonhos desfolharam
Menina das sete saias
quarta-feira, 4 de julho de 2007
Volto mais logo
Não!!! Não vou de férias, mas a vontade é mais que muita!
Este ano eles vieram mais tarde, mas chegaram.
Costumavam atacar os nossos neurónios em Junho, mas devido à chamada restruturação dos cursos superiores para o Regime de Bolonha, apareceram apenas em Julho. Mas nem mesmo assim vão deixar de nos queimar os neurónios.
Refiro-me aos exames da faculdade. É que, efectivamente, a vida de estudante não é fácil. E estar 3 horas dentro de quatro paredes nem sempre chega para concluir convenientemente uma prova de fogo.
O primeiro exame foi de Direito Penal. Seguem-se outros até ao dia 27 de Julho, pelo que até lá as minhas ausências por aqui vão ser maiores.
Ainda bem que lá fora (agora que estou a escrever) chove. Assim talvez aumente a vontade de estudar. É que com o calor só se pensa nas férias, na praia e, ou seja, pensa-se em tudo menos nos estudos.
Volto assim que puder, por isso vá voltando também para ver se há novidades. Caso vá de férias: goze-as bem e "Carpe Diem.
domingo, 1 de julho de 2007
sábado, 30 de junho de 2007
Cavaleiro Andante
que mora no teu livro de aventuras
Podes vir chorar no meu peito,
as mágoas e as desventuras
Sempre que o vento te ralhe,
e a chuva de Maio te molhe
Sempre que o teu barco encalhe,
e a vida passe e não te olhe.
Porque sou cavaleiro andante,
que o teu velho medo inventou
Podes vir chorar no meu peito,
pois sabes sempre onde estou
E sempre que a rádio diga,
que a América roubou a lua
Ou que o louco te persiga,
e te chame nomes na rua
Porque sou o que chega e conta,
mentiras que te fazem feliz
E tu vibras com histórias,
de viagens que eu nunca fiz
Podes vir chorar no meu peito,
longe de tudo o que é mau
Que eu vou estar sempre ao teu lado,
no meu cavalo de pau
ouvir música
Rui Veloso
sexta-feira, 29 de junho de 2007
A Terra
Também eu quero abrir-te e semear
Um grão de poesia no teu seio!
Anda tudo a lavrar,
Tudo a enterrar centeio,
E são horas de eu pôr a germinar
A semente dos versos que granjeio.
Na seara madura de amanhã
Sem fronteiras nem dono,
Há de existir a praga da milhã,
A volúpia do sono
Da papoula vermelha e temporã,
E o alegre abandono
De uma cigarra vã.
Mas das asas que agite,
O poema que cante
Será graça e limite
Do pendão que levante
A fé que a tua força ressuscite!
Casou-nos Deus, o mito!
E cada imagem que me vem
É um gomo teu, ou um grito
Que eu apenas repito
Na melodia que o poema tem.
Terra, minha aliada
Na criação!
Seja fecunda a vessada,
Seja à tona do chão,
Nada fecundas, nada,
Que eu não fermente também de inspiração!
E por isso te rasgo de magia
E te lanço nos braços a colheita
Que hás de parir depois...
Poesia desfeita,
Fruto maduro de nós dois.
Terra, minha mulher!
Um amor é o aceno,
Outro a quentura que se quer
Dentro dum corpo nu, moreno!
A charrua das leivas não concebe
Uma bolota que não dê carvalhos;
A minha, planta orvalhos...
Água que a manhã bebe
No pudor dos atalhos.
Terra, minha canção!
Ode de pólo a pólo erguida
Pela beleza que não sabe a pão
Mas ao gosto da vida!
In Miguel Torga
quinta-feira, 28 de junho de 2007
sábado, 23 de junho de 2007
Por que os outros...
Porque os outros usam a virtude
Para comprar o que não tem perdão
Porque os outros têm medo mas tu não
Porque os outros são os túmulos caiados
Onde germina calada a podridão.
Porque os outros se calam mas tu não.
Porque os outros se compram e se vendem
E os seus gestos dão sempre dividendo.
Porque os outros são hábeis mas tu não.
Porque os outros vão à sombra dos abrigos
E tu vais de mãos dadas com os perigos.
Porque os outros calculam mas tu não.
Sophia de Mello Breyner.
domingo, 17 de junho de 2007
Faz-me o favor...
Supor o que dirá
Tua boca velada
É ouvir-te já.
É ouvir-te melhor
Do que o dirias.
O que és nao vem à flor
Das caras e dos dias.
Tu és melhor -- muito melhor!
Do que tu.
Não digas nada.
Sê Alma do corpo nu
Que do espelho se vê.
Mário Cesariny
quinta-feira, 17 de maio de 2007
Madeleine McCann
terça-feira, 15 de maio de 2007
Navegar....
Navegar navegar
Mas ó minha cana verde
Mergulhar no teu corpo
Entre quatro paredes
Dar-te um beijo e ficar
Ir ao fundo e voltar
Ó minha cana verde
Navegar navegar
Quem conquista sempre rouba
Quem cobiça nunca dá
Quem oprime tiraniza
Naufraga mil vezes
Bonita eu sei lá
Já vou de grilhões nos pés
Já vou de algemas nas mãos
De colares ao pescoço
Perdido e achado
Vendido em leilão
Eu já fui a mercadoria
Lá na praça do Mocá
Quase às avé-marias
Nos abismos do mar
navegar navegar...
Já é tempo de partir
Adeus morenas de Goa
Já é tempo de voltar
Tenho saudades tuas
Meu amor
De Lisboa
Antes que chegue a noite
Que vem do cabo do mundo
Tirar vidas à sorte
Do fraco e do forte
Do cimo e do fundo
Trago um jeito bailarino
Que apesar de tudo baila
No meu olhar peregrino
Nos abismos do mar
In Fausto
Song: Navegar, Navegar
quarta-feira, 25 de abril de 2007
25 de Abril de 1974
Era bebé quando se deu o 25 de Abril de 1974.
Não me lembro desta data, pois naquela altura limitava-me a fazer o que fazem hoje todos os bebés com 4 meses.
Nos bancos da escola e em conversa com os mais antigos fui sabendo o quão importante foi este dia.
Não me imagino a viver sem a LIBERDADE e todas as perrogativas que ela nos trouxe.
Deixo um pequeno vídeo que contém fotos da Revolução dos Cravos. A música de fundo essa dispensa apresentações, foi a chave para a Revolução: Grandôla Vila Morena, na voz inconfundível do Zeca.
25 de Abril, SEMPRE!!! Viva a LIBERDADE!!!
quinta-feira, 19 de abril de 2007
segunda-feira, 16 de abril de 2007
Mário Cesariny
em todas as ruas te perco
conheço tão bem o teu corpo
sonhei tanto a tua figura
que é de olhos fechados
que ando a limitar a tua altura
e bebo a água e sorvo o ar
que te atravessou a cintura
tanto tão perto tão real
que o meu corpo se transfigura
e toca o seu próprio elemento
num corpo que já não é seu
num rio que desapareceu
onde um braço teu me procura»
Poema, Pena Capital
sábado, 14 de abril de 2007
Ainda a Licenciatura de José Sócrates
Hoje surgiram "novos" diplomas, novas datas, novos elementos.
«Se desconfiamos de Sócrates temos todo o direito de desconfiar daqueles que de ele desconfiam, de modo tão obsidiante. A arfante diligência com que jornais e televisões (não todos, não todas) desancam o homem – dá que pensar. E a vida ensinou-nos que nada acontece por banal prolongamento do acaso.
Ao que julgo saber, a história foi anunciada, há quase dois anos, na blogosfera. Porquê só agora este insistente apego a uma revelação que, afinal, o não é? As consequências possíveis das afirmações implicam os termos de uma responsabilidade que a entrevista de José Sócrates à RTP abordou, com demonstrada capacidade do entrevistado.
Urgente era sabermos se houve, ou não, tráfico de influências, favores mútuos, omissões mais deliberadas do que negligentes. E a consequente avaliação do carácter de Sócrates, sob o prisma moral e ético. Creio que a apreciação política terá de ser subsidiária daquela. Estou à vontade: tenho criticado a actuação deste Governo, que me parece não apenas mau: no meu entender, é muito mau. Nada me impede de tentar ver as coisas para lá dos vapores de nevoeiro criados em redor deste assunto. Repugnam-me tanto os ofícios de trevas como as liturgias sacrificiais.»
Concordo plenamente com este artigo de Baptista Bastos, in Jornal de Negócios, que pode e deve ser lido na integra aqui.
quarta-feira, 11 de abril de 2007
C. D. (XI)
Já há tempos que não falava sobre o meu estado de saúde. Talvez por ir melhor e ter já em mãos outras tarefas, tenho descurado este blog e quem, eventualmente, o leia.
Já estou na fisioterapia há algumas semanas e já começo por colocar o pé no chão. As dores são cada vez menos, mas o inchaço ainda é uma realidade que não foi ultrapassável. Mas vai com o tempo. Já conduzo [moto ainda não :-( ] e quase que faço uma vida mais ou menos normal
Na fisioterapia encontrei casos dramáticos e apesar disso as pessoas sorriem, lutando cada dia para ficar melhor. Vivem um dia de cada vez, aproveitam o dia ao máximo! No fundo são felizes!
Fez-me lembrar o livro "Gente Feliz com Lágrimas".
Aproveitem o dia, como se este fosse o último, pois a vida é bela e jamais se poderá guardar para amanhã os prazeres de hoje. É que o amanhã poderá nunca chegar!
Deixo-vos com uma música, que faz juz à estação que atravessamos, do grupo Madredeus: Andorinha da Primavera
sábado, 7 de abril de 2007
(Des)concentração...
Subitamente falta-me o ar...
E suspiro por algo que me falta!..
Tranco a porta a sete chaves,
Concentro-me no meu dever.
Mas no fundo só te quero ter!
Mas voltaste, ainda que tarde
Consegui desconcentrar-me em ti.
Uníssona perfeição: o nosso amor arde!
AR 07/04/2007
quarta-feira, 4 de abril de 2007
Quase um poema de amor.
"Há muito tempo já que não escrevo um poema
De amor.
E é o que eu sei fazer com mais delicadeza!
A nossa natureza
Lusitana
Tem essa humana
Graça
Feiticeira
De tornar de cristal
A mais sentimental
E baça
Bebedeira.
Mas ou seja que vou envelhecendo
E ninguém me deseje apaixonado,
Ou que a antiga paixão
Me mantenha calado
O coração
Num íntimo pudor,
--- Há muito tempo já que não escrevo um poema
De amor"
Miguel Torga
quinta-feira, 29 de março de 2007
Isto é que vai uma crise....
Ambas têm semelhanças, senão vejamos:
- Pretendem tomar o poder à força;
- Não se olha a meios para atingir os fins
- As demissões sucedem-se
Efectivamente o caso da UNI deixa-me mais preocupado. Não tanto pelos senhores que lutam pelo poder e que dia-após-dia vão sendo detidos e acabam por ficar, como medida de coacção, em prisão preventiva. preocupam-me os alunos que ali investiram o seu capital, que todos os meses pagam a mensalidade e, de um momento para o outro, assistem ao desmoronar das "cartas em castelo".
Já no seio do CDS/PP a única figura que acaba por sair em ombros é mesmo Maria José Nogueira Pinto. É de louvar a sua tomada de posição e faz juz ao velho brocado que diz, "quem está mal muda-se".
Paulo Portas, que iria para os EUA quando abandonou a liderança do partido, não consegue viver sem as luzes da ribalta.
Mas quanto à classe política, estou como diz o outro "que venha o diabo e que escolha, pois nenhum se aproveita".
terça-feira, 20 de março de 2007
Pára Euribor
Certamente já viram o anúncio do Zé Pedro e a Euribor, daquela instituição bancária do Sr. Espírito Santo (BES).
Riam-se agora com o sentido de humor deste grande humorista.
Está sensacional.
domingo, 18 de março de 2007
C. D. ( X )
Lá fora está um lindo dia de sol... e eu aqui em casa a aproveitar o tempo para colocar em dia as matérias da faculdade.
Há uma semana que ando na Fisioterapia. Inicialmente todos os tendões estavam "duros". Mas com o tempo acho que tudo vai voltar ao sítio.
Já faço bastantes movimentos com o pé e este já não fica assim tão inchado quando ando de canadianas. Apesar de não poder colocar o peso do corpo em cima desta perna, sinto que as articulações vão-se de novo adaptando às suas funções.
Tenho feito muitos exercícios em casa e isso também ajuda, pois a fisio resume-se a duas horas, três vezes por semana.
Na Fisioterapia vejo casos mais graves que os meus, como sendo pessoas com pernas amputadas ou outras lesões maiores. E essas pessoas sorriem, falam e não se deixam desanimar. No fundo aproveitam a sua vida da melhor forma. Há pessoas que têm uma força de vontade tão grande que até me dá admiração ouvi-las. Mas isso é reconfortante e ajuda as outras pessoas que ali estão presentes.
Sinto saudades da minha moto e de fazer umas viagens valentes nela, agora que o tempo está a ficar óptimo.
Agora custa mais estar quieto... Mesmo assim já consigo conduzir o meu carro. Já vou às aulas todos os dias e estou com os colegas em plena galhofa, por vezes (lol).
Não há mesmo condições para quem está, ainda que temporariamente, reduzido das suas faculdades físicas. Na Universidade tenho que subir, mais ou menos, 20 degraus (descer é sempre mais fácil). Não há rampas, nem sequer elevadores...
Mas a vida continua e por isso devemos aproveitar todos os momentos que ela nos dá.
Carpe Diem e sejam felizes também.
sexta-feira, 9 de março de 2007
terça-feira, 6 de março de 2007
C. D. ( I X )
Desta vez não houve problemas e fui rapidamente atendido. Aprendi a forma de dar a volta às questões de um hospital público.
Inicialmente confirmei a consulta, mas antes de ir para esta retirei a outra senha que dá acesso à nova marcação de consulta.
Aguardei o médico junto do gabinete. Chegou e de imediato me viu e mandou-me retirar o gesso (dia 15 faz dois meses que parti a perna). Depois de retirar o gesso fui marcar a nova consulta e acreditem apenas tinham passado dois números para além do meu.
Como o tempo faz diminuir os nossos músculos quando estes não têm uso. A minha perna mais parece um braço. O gémeo quase desapareceu para dar lugar a uma perna direita, sem músculo, apenas osso. Já movimento um pouco a articulação dos tornezelos, mas não vamos estragar o que demorou a compor, por isso nada de abusos.
Para a semana inicio a fisioterapia e, apesar de não poder colocar, ainda, o pé no chão, sinto-me melhor.
Obrigado a todos aqueles que me têm visitado, telefonado ou me mandam mails a questionar o meu estado de saúde.
É bom poder contar com a vossa presença.
sexta-feira, 23 de fevereiro de 2007
Zeca Afonso.
Eis aqui a Canção de Embalar, uma das mais bonitas de sempre, se bem que para mim todas elas são fantásticas e as suas letras em plena oposição à ditadura Salazarista.
Viva à Liberdade, pois o Zeca sempre lutou por ela. Fica a música de intervenção como grande obra deste Homem que sempre lutou pela Liberdade.
"Nunca mais te hás-de calar óh Zeca para nós".
quarta-feira, 21 de fevereiro de 2007
Jardim sucede a Jardim
Já a noite tinha caído e na TV Alberto João Jardim apresentava a sua demissão e, num ápice, a sua candidatura.
Ora eis algumas considerações sobre este político que está no poder já lá vão quase 30 anos:
1.º - Quando o PSD era governo e Manuela Ferreira Leite Ministra das Finanças, tinham ameaçado a Madeira sobre a dívida que esta tinha. Resultado, o Sr. J. deslocou-se à fonte e conseguiu levar o jarro cheio de água, que é como quem diz, conseguiu levar a bom porto as suas intenções;
2.º - Estando a meio do mandato e renunciando ao mesmo, candidatando-se de seguida, apenas se vê neste gesto um prolongamento do mandato. Talvez daqui a ano e meio o Sr. J. já não tivesse tanto apoio dos madeirenses.
3.º - Se as regras foram alteradas a meio da construção da casa, haverá mais bancos para solicitar o dinheirinho que falta para a construiu, isto é, o Sr. J. deve apostar no investimento estrangeiro.
Pergunto o que irá aquele político fazer, se ganhar as eleições (como parece que vai acontecer)? Com uma maioria reforçada na Assembleia Legislativa Regional conseguirá mais dinheiro para a Madeira? Julgo que não!! Conseguirá pedir a independência de Portugal Continental, atacando de surpresa Lisboa? Não tem forças armadas, nem armas para isso!!
Resta só uma solução: o Sr. J. renunciou e candidata-se para levar a cabo mais um plebiscito.
Se todos os portugueses fazem esforços para sairmos da crise e termos um orçamento mais equilibrado, por que razão os Madeirenses hão-de ficar de fora? Certo é que os dinheiros públicos também lá chegam ( e se chegam!!) e formamos um único Estado Democrático.
Será que o Sr. J. vive na República das Bananas??
domingo, 18 de fevereiro de 2007
Interior
Eis um belo poema de um grande poeta português, chama-se "INTERIOR " e vai dedicado a uma pessoa que me ofereceu um livro com 365 poemas. Tu sabes que falo de ti. Bjs.
"É bom ouvir de noite uma trompa de caça
Despir muito depressa a túnica da Lua
E descobrir o amor no forro de uma casa
onde apenas vibrava a memória da chuva
Depois de arrebatar o corpo da amada
ao ritmo infernal de um batuque de guerra
é bom permanecer na mesa de montagem
misturando Anfião Vivaldi Apollinaire
É bom lançar ao fogo um velho dicionário
É bom o crepitar das palavras antigas
Adivinhar quais são as que por fim renascem
e que sabem voar ao saírem das cinzas
É bom pedir perdão ao som de uma sonata
Segredar num soneto a ária do remorso
É bom recomeçar com música jazz
Vestir sem ninguém ver a túnica de Apolo"
David Mourão-Ferreira, Obra Poética.
Moments...
Quando uma
porta bate por uma razão
inexplicável;
quando as vozes se calam, na rua, e
ninguém está do lado de
fora;
quando te apercebes que as coisas
são mais complicadas do que
imaginas:
é possível que te inquietes, ou
que perguntes o que é a razão, ou até se
o mundo é, de facto, uma realidade
lógica. São angústias
desnecessárias: há zonas de sombra
em que não vale a pena entrar ou, se o acaso
te conduziu a elas, de onde convém sair
o mais depressa possível. O mistério
é uma terra de ninguém: e se alguém insiste
em habitá-lo, depressa se perde
dos outros. Vê-lo-emos ainda,
sonâmbulo, como se já não fosse
deste mundo; depois, mesmo que insista
entre nós, é como se fosse
transparente. Então, porque te interrogas
ainda? Vai até à porta mal fechada,
dá a volta ao trinco e empurra-a para dentro;
não te preocupes com quem fala, na rua; e
não ligues ao que é complicado:
o caminho mais simples é o que
não passa por fronteira
alguma; o que não obriga a que se olhe
para o outro lado da linha; o
que tem um princípioe um fim,
mesmo que isso também seja
complicado.
Obrigado Lenita por estas palavras de alguns anos, que ainda recordo e sempre que o efémero me parece eterno descanso os olhos sobre este poema
segunda-feira, 12 de fevereiro de 2007
C. D. ( V I I I )
Hoje fui à consulta ao Hospital Amadora Sintra. Uma vez mais surgiram problemas, o que seria anormal se não ocorressem.
Quando se vai a uma consulta externa, à chegada temos que confirmar a consulta. Realizado este procedimento verificou-se que o meu nome não constava da lista das consultas. Teria que falar com o médico e ver se ele me atendia ou não.
Fui realizar o RX e passei pelo serviço de internamento para ver se conseguia chegar à fala com o Dr. A enfermeira responsável referiu-me que ele iria ali passar para dar uma alta, mas quando não sabia. A administrativa do serviço foi de novo verificar no computador, mas o meu nome não constava na lista de consultas para hoje. Ainda argumentei que tinha um documento com a data que foi ali oposta pela menina que me marcou a consulta, mas nada feito. Resumindo teria que ir falar com o médico.
À chegada às consultas externas deparei-me com a funcionária que me tinha marcado a consulta. Afinal, parece que o meu nome estava lá, a outra colega "deve andar cega". Verdade seja dita não sei mesmo o que se passou com aquele sistema informático.
Para tornar as coisas mais rápidas fiquei de plantão junto do gabinete do médico, onde se iriam realizar as consultas.
Mal chegou falei com ele, apesar de me terem dito que o meu nome constava na lista. Fui de imediato atendido e vi o meu RX no PC do Dr.
Pareço o Robocop... Um ferro e dois parafusos.... A calcificação dos ossos está a correr bem e apenas terei que voltar para nova consulta em Março. Até lá fico com o gesso... :-(
Quando fui marcar a nova consulta exigi um comprovativo da mesma, é que como diz o velho ditado "gato escaldado da água fria tem medo".
Dores já não sinto quase nenhumas, mas o pé ainda fica inchado quando ando de muletas.
domingo, 11 de fevereiro de 2007
Referendo
Primeiramente ganhou o SIM, com uma larga vantagem sobre o NÃO (quase cerca de 20% a mais).
Na verdade o segundo lugar vai para a abstenção que, pese embora, se verificou. Com cerca de 57% logrou obter o segundo lugar do pódium. Resulta deste facto que o referendo não vai ser vinculativo, porquanto não votaram mais de metade dos eleitores recenseados.
Estava nas mãos do povo legislar, mas parece que a chuva foi mais forte e deteve aqueles, menos aventureiros, de se deslocarem a uma mesa de assembleia de voto.
É incongruente tais comportamentos, pelo que passo a explicar: muito se têm queixado sobre as funções dos deputados na Assembleia da República (AR). Que não fazem nada, apenas passeiam e legislam apenas o que lhes interessa. São comentários destes e outros, que aqui não ouso escrever, que constantemente se ouvem nas ruas. E quem os comenta??? O POVO!!! O mesmo povo que hoje foi chamado a legislar e que se acobardou, ficando em casa.
Não se admirem que daqui a uns dias a AR despenalize o aborto, afinal os deputados que ali estão estão mais que legitimados (pois foram eleitos para aquelas funções pelo povo e, como se viu o povo não quis saber deste referendo) para o fazerem.
Digam o que quiserem e pensem ou não estou a favor de que a AR irradique o crime de Aborto constante no Código Penal. E esta irradicação deve ser feita já, uma vez que se encontra em preparação a alteração deste Código.
É o momento oportuno, por isso Sr.s deputados façam o vosso trabalho e como diz um ditado popular "Os cães ladram, mas a carabana passa".
terça-feira, 6 de fevereiro de 2007
The end...
Já noutra ocasião coloquei este poema no meu blog. Uma vez que gosto imenso dele e dos poemas de Miguel Torga eis de novo este poema que muito significa para mim, cujo título é "Súplica":
"Agora que o silêncio é um mar sem ondas,
E que nele posso navegar sem rumo,
Não respondas
Às urgentes perguntas
Que te fiz.
Deixa-me ser feliz
Assim,
Já tão longe de ti como de mim.
Perde-se a vida a desejá-la tanto.
Só soubemos sofrer, enquanto
O nosso amor
Durou.
Mas o tempo passou,
Há calmaria...
Não perturbes a paz que me foi dada.
Ouvir de novo a tua voz seria
Matar a sede com água salgada."
segunda-feira, 5 de fevereiro de 2007
C. D. ( V I I )
Nestes tempos em casa tenho aproveitado cada minuto para viver intensamente.
Apesar do dia-a-dia lá fora ser sempre a correr, ser quase uma rotina, na qual nem se dá pela vida passar, há que fazer uma paragem e reflectir sobre como, quando e de que forma aproveitamos esta vida que temos.
Se num dado momento estamos bem, no minuto seguinte podemos estar mal. E aí pode já ser tarde.
Há que aproveitar intensamente cada minuto, dizer, sem receio, às pessoas que gostamos que gostamos delas. Fazer a paz e evitar as pequenas guerrinhas diárias, seja com os colegas de trabalho seja em casa...
Desfrutar cada momento e viver cada dia como se fosse o último.
sábado, 3 de fevereiro de 2007
Actualidades...
Um deles é sobre o caso Esmeralda, a menina que foi dada pela mãe e que após 5 anos mais tarde o pai biológico decidiu reclamar (ou será que não foi bem assim?); O segundo tema é sobre o aborto e o referendo que se irá realizar no dia 11 deste mês.
Vamos por partes e por temas.
CASO ESMERALDA: Há cerca de 5 anos nasceu uma menina, filha de uma imigrante Brasileira e de um português. O pai biológico depois de informado sobre esta gravidez repudiou tal paternidade, tendo apenas se conformado com a mesma quando foi intimidado judicialmente a realizar testes de ADN. A mãe, face aos parcos recusos económicos que detinha, não teve outra opção: aos três meses de idade deu a sua filha a um casal que não podia ter filhos. Desde Dezembro do ano passado que o pai adoptivo foi preso e condenado a uma pena de prisão de seis anos por sequestro da menor, face o pai biológico ter intentado uma acção onde se discute o poder paternal da menor Esmeralda, o qual veio a ganhar.
A meu ver não estamos perante um crime de sequestro, mas quando muito de desrespeito por uma ordem judicial e por um crime de subtracção de menor. Crimes bem diferentes, tanto quanto à sua tipificação como à medida da pena que prescrevem.
Criou-se um movimento, encabeçado pelo Prof. Dr. Fernando Silva (a quem aqui dou os meus parabéns), que requereu ao Supremo Tribunal de Justiça o pedido de Habeas Corpus, mas tal pedido foi recusado.
A leitura do acórdão que deterrmina a pena de prisão para o pai adoptivo é muito incongruente, pelo menos existem lá factos, dados como provados, que os jornalistas deveriam ter lido antes de darem as notícias. A mãe adoptiva encontra-se com a menina em parte incerta e o pai biológico a cumprir pena de prisão. No fundo o único "crime" que aquele casal cometeu foi dar amor e carinho a uma menina que teria vivido noutras condições se não tivesse sido dada para adopção.
A lei tutelar educativa está mal estruturada, pois se uma criança for dada para adopção, e se o processo já estiver a decorrer, basta que um dos progenitores demonstre algum interesse pelo menor para que o processo volte "à estaca zero". E anda-se nesta vida anos e anos, infelizmente!!
ABORTO:
Vai realizar-se, pela segunda vez em oito anos, o referendo ao aborto. A pergunta, ainda que complicada (pensem nas pessoas mais analfabetas que desconhecem certos termos, como veremos na frase - "Concorda com a despenalização do aborto, se realizada por opção da mulher, nas primeiras 10 semanas, em estabelecimento oficial de saúde?"). Se questionarmos as pessoas que vivem em certas aldeias e vilas certamente desconhecem a palavra "despenalizar".
Muita confusão se tem feito sobre "despenalizar" e " liberalizar". São palavras diferentes e com este referendo visa-se apenas despenalizar o aborto e nunca liberarlizar o mesmo. Actualmente o art.º 140.º do Código Penal prescreve uma pena de prisão até 3 anos para quem pratique o crime de aborto. Das ideologias mais religiosas às mais liberais há opiniões para todo os gostos. Basta ver os tempos de antena nas TV's ou ler as opiniões nos jornais.
Se no anterior referendo já tinha optado pelo "SIM" mantenho a mesma opinião. Por mais que se discuta quando começa a vida, em que momento podemos dizer que há vida, quem tem o direito de tirar a vida, etc... cabe à mulher dicidir se efectivamente tem ou não condições para criar mais um filho ou se aquele momento é o certo para ser mãe. Tanto mais que se a conduta de praticar o aborto for despenalizada a mulher apenas opta se quer ou não realizar o aborto e não tem que pensar em que condições miseráveis vai realizar tal aborto. Mesmo que não se despenalize o aborto ele vai continuar e existir e muitas mulheres continuaram a morrer ou a ter que posteriormente serem tratadas em estabelecimentos oficiais de saúde e nesta altura a serem acusadas de um crime, que a meu ver deveria deixar de existir.
Dia 11 saberemos esta decisão, sendo certo que só surtirá efeito se votarem 50% mais 1 dos eleitores inscritos.
Desde já se apela ao Voto, ainda que em branco ou nulo, pois é a forma mais democrática de expressarmos a nossa "voz".
quinta-feira, 1 de fevereiro de 2007
C. D. ( V I )
Depois de tirar os agrafos e de me terem colocado um gesso completo, os meus dias são muito "mornos".
Passo o dia em casa... Levanto-me mais tarde que o habitual, mas também porque durante a noite fico acordado bastante tempo com algumas dores ou má posição da perna.
Depois, além das refeições, fico a ver TV (pouco), a navegar na net e a ler. Mas a maioria das vezes tenho que interromper estas actividades para descansar a perna e colocá-la mais elevada que a cabeça para não inchar.
Ainda vou andar com este gesso mais um mês e dá imenso trabalho tomar banho e querer andar para um lado e para o outro.
Agora é só dar tempo ao tempo.... Estou ansioso para começar a fisioterapia e recuperar o meu andar.... Ah!!! e claro... andar de moto!!!
terça-feira, 30 de janeiro de 2007
C. D. ( V )
Dirigi-me ao enfermeiro e afinal o papel que eu tinha não servia. Tinha que ser outro modelo. Lá fui eu ao internamento de Ortopedia, fazendo uma maratona de canadianas, para arranjar um novo formulário.
Realizado o percurso invrrso lá tirei os pontos... Realmente o pé ainda está um pouco inchado, mas os pontos pareceram-me bem...
Depois desta aventura fui-me informar relarivamente à consulta. Era necessário tirar uma ficha com a letra "B" e aguardar... Uma hora depois, quando chega a minha vez, a menina do guichet refere que deveria tirar a letra "A" que era mais rápido. Enfim... Contra-informação de colegas de trabalho...
Aguardei na sala de espera... A consulta era para as 15H00, mas como não há duas sem três eis o que sucedeu a seguir: o médico foi-se embora e não viu mais de uma meia dúzia de doentes.
Que lindo Serviço Nacional de Saúde temos... Um funcionário ainda desabafou "onde ele está sei eu bem...." ao que eu respondi: "em alguma clínica que lhe dá mais dinheiro que aqui..." e retorquiu aquele repentinamente: "nem mais!!!".
Lá consegui falar com a médica que auxiliou na minha operação e fui consultado. Contudo, fiquei ali até às 18H00, quando a minha consulta deveria ter sido às 15H00 e a tinha confirmado pouco passava das 14H00.
Assim vai a nossa Saúde neste Portugal!!!!
segunda-feira, 29 de janeiro de 2007
Um pouco mais de azul...
Um pouco mais e o SLB consegue ultrapassar os azulinhos do norte (FCP). hehehehe....
Este fim de semana deu para colocar as coisas em dia... Não sair de casa, pelos motivos que conhecem, dá nisto mesmo.
Um abraço e boa semana a todos vós.
sexta-feira, 26 de janeiro de 2007
C. D. ( I V )
Já regressei ao meu lar, depois de 10 dias de internamento no Hospital Fernando da Fonseca, vulgo Amadora/Sintra.
Na nota de alta estava escrito #trimaleolar (os médicos usam o símbolo # para designar fractura). Em pesquisa na net fui investigar do que se tratava este nome tão sui generis.
E como uma imagem vale mais que mil palavras deixo-vos uesta ma fotografia que explica tudo. Inclusive mostra a placa que se coloca junto da tíbia e os dois parafusos, tal como eu levei (da proxima vez que andar de avião vou apitar no controle de embarque, rsrsrs).
A todos os que me visitaram no hospital (e essas pessoas têm nome: Filipa Pais, Bruno, Isabel Névoa, Jorge Duque, Rosa Mota, Paulo Abalada, Paulo Matos, Mário Pinheiro, António Costa, Gabriel Abraços, José Machado, Conceição Machado, Telmo Machado, o meu pai, a minha madrasta, Clara Ramos, Armando Ramos, Alice Ramos, Ana Louro, Sandra Oliveira, Claide Americano, Luisete Alves, Sol, Pedro Vaz, Enf. Leitão, David Felix, Carlos Carrazedo, Luigi, - a ordem é arbitrária e de somenos importância (julgo não me ter esquecido de ninguém), e me contactaram telefónicamente (que foram bastantes e não dá para estar aqui a dizer tantos telefonemas) o meu bem-haja.
Estarei aqui quando precisarem de mim. :-)
quinta-feira, 25 de janeiro de 2007
C. D. ( I I I )
Fiquei contente como, aliás, poderão imaginar.
Estar-se doente é mesmo péssimo, para já não falar do internamento hospitalar.
Há barulhos por todos os lados, as enfermeiras e enfermeiros mudam a cada turno e nem sempre estão bem humorados. Mas com o tempo vai-se conhecendo melhor estas pessoas que afinal tratam dos doentes aqui internados. Depois há os colegas doentes de quarto. Quando aqui cheguei colocaram-me num quarto com malta nova. Mas eles foram indo embora, com alta, e outros os sucederam.
Na noite passada algo de desagradável aconteceu. Um dos meus colegas, que ja tem os seus setenta e muitos anos, decidiu arrancar o soro e a algália. Quando me apercebi era sangue por todo o lado. Um toque na campainha e após alguns segundos eis que aparece a auxiliar e duas enfermeiras. Tiveram que o amarrar, pois o senhor estava super agitadíssimo. Toda a noite tentou sair da cama, querendo ir para casa, dizendo que a esposa estava lá sozinha e não sabia onde ele andava. E, a estas horas que escrevo, ainda que reine algum sossego, o referido senhor ja tentou levantar-se.
Mas queria dar-vos conta de como pequenos gestos podem significar muito, para quem fica de um momento para o outro incapacitado. Tal como ontem, hoje tomei banho sozinho e vesti-me sozinho. O gesso da perna dificulta os movimentos e as calças do pijama nem sempre são fáceis de vestir.
Andei o dia todo na cadeira de rodas aqui pelo serviço. Andava animado, pois amanhã irei embora. A perna doi-me menos, sendo uma dor tolerável.
Falei bastante com as enfermeiras e até consegui que uma das estagiárias me trouxesse um café. Ah, como me soube bem aquele café. Obrigado, enfermeira Ana.
Na porta da enfermaria estão as enfermeiras com a medicação nocturna. O meu vizinho de quarto decidiu fazer agora das dele. E estão a amarrá-lo novamente.
Será outra noite em branco???
QUERO A MINHA CASA!!!!
terça-feira, 23 de janeiro de 2007
Lisboa Antiga
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Hoje senti saudades da Lisboa antiga. Porquê? Não sei!!!
Daí estas duas fotografias, tiradas quase no mesmo local, ou seja, no Bairro da Bica.
Hoje quem vive nestes bairros são pessoas idosas, onde poucos jovens existem devido sobretudo à grande especulação imobiliária e às casas se encontrarem na sua grande maioria com necessidades de obras.
Mas é sempre bom morar num bairro onde todos se conhecem, ou quase todos, como se de uma aldeia se tratasse.
segunda-feira, 22 de janeiro de 2007
C. D. ( I I )
Amanhã faz uma semana que aqui estou.
Por estar num serviço de ossos (ortopedia) os doentes pouco tempo aqui passam, entram e saem em dois tempos...
O motivo da minha permanência, neste lugar tão indesejado, prende-se com o restabelecimento do meu pé após a operação. Parece estar deveras complicado....
Mas estando aqui há uma semana já dá para começar a conhecer as pessoas que aqui trabalham.
E, acreditem, há de tudo...
Primeiro comecemos pelos estrangeiros que aqui trabalham: a grande maioria são espanhóis e depois temos a representação de Leste (Ucrânia, Moldávia, etc...); e como habituamente portuguêses.
O atendimento é razoável, mas como sempre há muitos"ses", que no fundo são o fulcro deste post.
Tirando um ou dois enfermeiros estrangeiros, estes atendem e explicam melhor como fazer ou não numa determinada situação. Nota-se que se esforçam por compreender o doente e têm amor à profissão que abraçaram.
Já quanto aos enfermeiros portugueses, por vezes dão a sensação que nos estão a fazer um favor. É claro que há excepções, aliás toda a regra conhece, no mínimo, uma excepção. Mas é pena não ser o contrário.
Vai-se sobrevivendo, neste mar de "ais", mas a vida lá fora continua a correr e é sempre de aproveitar.
domingo, 21 de janeiro de 2007
Carpe Diem - ( I )
Nesta lufa lufa diária não damos sentido a esta pequena expressão, que tanto significado tem.
Desde a passada semana, mais precisamente terça-feira 16, esta frase fez-me pensar o quão importante é.
Já há anos que não sabia o que era uma cama de hospital e ser atirado para este local, onde ninguém quer entrar (tal como na prisão), não é nada agradável.
Tudo isto resultou do "civismo" de um cavalheiro, que após a asneirada que fez, se colocou em fuga. Mas eis mesmo o que se passou: após ter feito uma rotunda, nas calmas pois o trânsito era bastante, fiquei na faixa mais à direita, pois aquela não tinha trânsito, uma vez que desemboca na CREL e no IC19 em direcção a Sintra. As outras duas faixas dão acesso à rotunda de Queluz de Baixo e ao IC19 sentido Lisboa.
Mas os portugueses sempre se armam em espertos e campeões. Á minha frente seguiam dois carros e eu atrás na minha moto, tudo em baixa velocidade. Eis senão quando o veículo da frente se mete na faixa de rodagem do meio, sem pista, de repentemente pois tinha aberto um "buraco". Puro chico-espertismos, como Jorge Sampaio apelidou um dia estes indivíduos. O resultado é previsivel, o carro que me precedia trava repentinamente e eu para me desviar deste vou ao "tapete" (como se diz na gíria motard).
Pé fracturado e dores imensas e uma semana e quantas mais parado....
Mas a história não fica por aqui, pois quando o condutor do primeiro carro viu o produto da sua asneira largou em devandada, sem questionar quem quer que fosse sobre o meu estado físico.
Temos que aproveitar o dia ao máximo. Agora olha pela janela e as dores do meu pé fazem-me voltar à realidade, quando eu estaria tão bem lá fora, com este lindo sol de Janeiro.
Aos chicos-espertinhinhos destes país espero que sejam mais cívicos e mais Homens para que enfrentem os problemas que provocam.
Talvez, se não circulasse a tão baixa velocidade o desiquilibrio da moto não me teria caido em cima do pé. Talvez... Talvez... Não passa de uma suposição.
domingo, 7 de janeiro de 2007
David contra "Golias"
Ainda o FCP teve a oportunidade de empatar e, consequentemente, ir a prolongamento, mas a maré de azar foi tanta que o castigo supremo bateu no poste.
Meu amor, meu Amor
meu corpo em movimento
minha voz à procura
do seu próprio lamento.
Meu limão de amargura meu punhal a escrever
nós parámos o tempo não sabemos morrer
e nascemos nascemos
do nosso entristecer.
Meu amor meu amor
meu nó e sofrimento
minha mó de ternura
minha nau de tormento
este mar não tem cura este céu não tem ar
nós parámos o vento não sabemos nadar
e morremos morremos
devagar devagar.
in SANTOS, José Carlos Ary dos, As Palavras das Cantigas
sábado, 6 de janeiro de 2007
Recordações de Estudante
Se há quem diga que "quem passa por Alcobaça, não passa sem lá voltar" eu digo o mesmo para a cidade de Castelo Branco.
Passei naquela cidade 3 anos da minha vida de estudante e sabe sempre voltar a um local que me fez e viu crescer.
A cidade está transformada, mercê do programa Polís e quiça do seu crescimento urbanístico.
Os locais estão diferentes e as pessoas também. É uma cidade mais cosmopolita na sua acepção plena, mas uma cidade que merece ser revisitada, ainda que só de tempos a tempos.