Meu amor meu amor
meu corpo em movimento
minha voz à procura
do seu próprio lamento.
Meu limão de amargura meu punhal a escrever
nós parámos o tempo não sabemos morrer
e nascemos nascemos
do nosso entristecer.
Meu amor meu amor
meu nó e sofrimento
minha mó de ternura
minha nau de tormento
este mar não tem cura este céu não tem ar
nós parámos o vento não sabemos nadar
e morremos morremos
devagar devagar.
in SANTOS, José Carlos Ary dos, As Palavras das Cantigas
1 comentário:
Que poema maravilhoso!!!
Um pouco triste, cansado de existir, mas lindíssimo!
Seu blog certamente sempre será marcado com a minha presença.
Adoro-o!!
Abraços
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