A imprensa escrita e televisiva tem relatado casos de violência nas escolas e utilizado desenfreadamente a expressão bullying.
O caso do Leando que se atirou ao Rio Tua, em Mirandela, não pode deixar ninguém indiferente. Naquela idade (12 anos) ser capaz de se suicidar deve ter sido mesmo um acto de desespero e de muito sofrimento.
As pessoas adultas suicidam-se, os jovens na adolescência suicidam-se, mas com 12 ou menos anos não é normal suicidarem-se.
Que educação afinal transmitem os pais aos seus filhos? Que modo de vida querem esses pais que os seus filhos um dia mais tarde tenham?
A este respeito lembro-me de me terem contado que, num centro comercial, ouviu uma mãe para uma filha: "se te portas mal na segunda-feira digo à tua professora". Ora afinal quem é que educa? Os pais ou os professores? Acredito que ambos, mas os pais são primariamente responsáveis pelos seus filhos e é a eles que lhes compete, em primeira instância, educá-los.
Mas os valores estão todos alterados. Hoje em dia se um professor "toca" num aluno é logo um ai Jesus e lá vem o papá ou a mamã apresentar queixa contra o prof, porque bateu no filho.
Hoje em dia os pais fazem as vontades todas aos filhos e estes sentem-se na obrigação que os pais assim procedam. Mas a maior parte das vezes os pais fazem-lhes as vontades para se verem "livres" deles, ou seja, para que os filhos não os aborreçam. Triste maneira de educar.
O bullying fez mais uma vítima. Um prof. de música que não aguentou a pressão e acabou por cometer suicido. Os responsáveis da Escola, da linha de Sintra, já vieram a terreiro dizer que os alunos estavam a receber apoio psicológico para não se sentirem culpados pela morte do professor. DESCULPEM??? Os alunos não são os culpados? Recebem apoio psicológico? Se não são então quem será?
Valerá à pena ainda andar a tapar o sol com a peneira? Para quando uma acção por parte do Ministério da Educação de forma a erradicar este tipo de violência? Uma vida já bastava, mas pelos vistos muitas mais já existiram.